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sábado, 28 de março de 2009
28 de março de 2009
N° 15921 - PAULO SANT’ANA
Só mesmo ironizando
Com a autoridade de ter sido o único que se preocupou com a problemática carcerária nos últimos 37 anos, vou meter minha colher na discussão sobre a conveniência da administração privada no interior dos presídios.
E vou opinar junto com os novos penitenciaristas: sou contra a privatização dos presídios.
Como é que posso ser a favor da privatização, se é proibido fumar nos presídios privados?
Isso é um atentado à liberdade dos presos. O certo é o que acontece atualmente: os presos têm liberdade para fumar tabaco, para fumar crack e maconha, para cheirar cocaína e heroína. Isso é o que é certo.
Além disso, como posso ser a favor da privatização dos presídios, se com ela os presos são obrigados a estudar? Isso é um absurdo. Preso não foi feito para estudar.
Além disso, os presídios privados carregam a tremenda desvantagem de que os presos são obrigados a trabalhar.
Está errado. O preso tem direito ao ócio. Como disse ontem em Zero Hora um dos novos penitenciaristas, preso trabalhando é semiescravidão. É irrazoável obrigar o preso a trabalhar.
Além do que, por cada dia trabalhado, o preso cumpre a pena de dois dias. Esse é um privilégio monstruoso. O preso acabará, quando trabalha, cumprindo, assim, somente a metade da pena.
Sou contra os presídios privados, sou contra preso estudando dentro das cadeias, sou contra preso trabalhando em minifábricas dentro das cadeias.
Sou a favor do sistema atual, em que os presídios são fábricas, mas fábricas de aperfeiçoamento dos criminosos no crime.
O desaforo dos presídios privados: obrigam os presos a trabalhar e a estudar. De onde é que tiraram esta loucura?
Ontem, um dos novos penitenciaristas saiu-se com esta: ele é contra os presídios privados porque eles trazem consigo uma limitação, não pode exceder em um preso sequer a capacidade do presídio.
Se a capacidade do presídio privado é de 400 presos, diz o adventista, e se quiser colocar lá mais um preso, ou seja, 401, não pode. Está errado, escreveu o novo penitenciarista. O certo é colocar lá 401, 402, 601, 602, 3 mil presos.
Estão certos os novos penitenciaristas, a regra para os presídios privados tem de ser a mesma dos presídios públicos, tem de superlotar, tem de abarrotar, tem de sair preso pelo ladrão, tem de haver igualdade entre os dois sistemas. Que magnífica sacada!
Ou seja, os novos penitenciaristas pregam o que é certo: a superlotação dos presídios.
Também sou contra a privatização dos presídios.
Outra coisa: nas cadeias públicas, o índice de reincidência criminal dos presos que são soltos é de 75%. Ou seja, três quartos dos presos que são libertados voltam a delinquir.
Enquanto que nos presídios privados o índice de reincidência é de apenas 7%. Dez vezes menos presos dos presídios privados voltam a cometer crimes.
Sou contra os presídios privados, onde já se viu, desse jeito, com os presos dos presídios privados se regenerando, daqui uns tempos não haverá mais presos. E o que se vai fazer com as verbas carcerárias, desaparecerão?
E o que vai ser dos concursados do serviço penitenciário público, únicos que podem tocar nos presos, segundo os novos penitenciaristas?
Sou contra. É preciso manter os presos delinquindo depois de soltos, é necessário que os presos se entreguem ao ócio e à vagabundagem, nada de trabalhar dentro dos presídios, têm só de estuprar os outros presos, matar os outros presos, aterrorizar os outros presos, como acontece atualmente no regime público de administração do interior dos presídios.
Sou contra os presídios privados. Essa ideia de presídios privados só cabe em cérebros de tolos.
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