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sexta-feira, 13 de março de 2009
13 de março de 2009
N° 15906 - PAULO SANT’ANA
Pânico no Petrópolis
Quem assistiu aos fatos rocambolescos ocorridos ontem à tarde na Avenida Protásio Alves conta que imaginou estar vendo esses vídeos inéditos que são apresentados na televisão em que são mostradas fugas reais e espetaculares de transgressores, perseguidos pelos carros da polícia, nos EUA.
Dois homens roubaram um carro na Rua Luiz de Camões, no Partenon, dirigindo-se para a Avenida Protásio Alves, onde foram interceptados pela polícia, ocorrendo um tiroteio.
No encontro com uma guarnição da Brigada Militar na Rua Farias Santos, os ladrões trocaram tiros com os policiais e invadiram o corredor de ônibus na Protásio.
Então aconteceu um fato que poucas vezes se dá na cidade: o carro dos dois ladrões entrou na contramão e foi ziguezagueando entre os que vinham na mão certa, isso tudo com a custódia à distância das viaturas policiais.
Imaginem o espanto dos transeuntes e dos outros veículos que transitavam nas pistas da avenida!
Colidiu o carro dos ladrões, na correria, com uma moto e um Corsa, o que provocou ferimentos que importaram em fraturas no motociclista e em dois ocupantes do Corsa.
Com o carro enguiçado, os dois ladrões saíram caminhando, um deles fugiu a pé e o outro assaltou uma mulher, motorista de uma caminhonete Hillux.
O tiroteio continuava intenso, a motorista foi mantida dentro da caminhonete e se abaixou no banco do carona para evitar as balas da polícia.
O mais surpreendente desses fatos incríveis é que, não sabendo dirigir carros automáticos, foi engatada uma marcha a ré na caminhonete dirigida pelo ladrão, que percorreu 200 metros na fuga que empreendia da polícia de costas para o fluxo e de frente para os perseguidores!
Patético!
Isso tudo em plena Avenida Protásio Alves, uma das mais movimentadas da Capital, debaixo de tiros e mais tiros.
Até que a caminhonete dirigida pelo ladrão colidiu num gol. Ele saiu atirando contra a polícia, a polícia atirando nele, as pessoas em todo o percurso se atirando no chão para fugir dos balaços. Uma verdadeira corrida de faroeste em que pontificou a extraordinária habilidade de um dos ladrões para dirigir e encompridar a perseguição.
Finalmente, o ladrão, sem munição, se entregou com as mãos para o alto para a polícia.
Todos os dias desço e subo a Protásio Alves para vir ao serviço e voltar.
Esforço-me para imaginar como naquele trânsito movimentado um veículo possa ter, em alta velocidade, trafegado inicialmente por um corredor de ônibus, depois contra a mão e mais tarde, incrivelmente, de marcha a ré por 200 metros, entre centenas de veículos.
Foram cenas só vistas no cinema, adornadas macabramente por tiroteios intermitentes.
E milagrosamente ninguém foi ferido pelos tiros. Houve três feridos nas colisões frontais com a moto e o Corsa, saindo intactos os ladrões pela proteção do airbag.
Se alguém tivesse filmado estas cenas, ganharia prêmio nacional de reportagem.
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