terça-feira, 3 de março de 2009



03 de março de 2009
N° 15896 - PAULO SANT’ANA


Parabéns, Osório!

Por incrível que pareça, a crise traz uma boa notícia para nós, consumidores.

Acontece que os produtos agropecuários que são negociados no Exterior (commodities), como a soja, o trigo, o arroz, os cereais principalmente, e o boi, tiveram a pressão sobre seus preços diminuída com a crise internacional, desacelerando principalmente os preços no atacado, o que começa a se refletir favoravelmente aos bolsos dos consumidores.

O óleo de soja acumula queda de 13% desde dezembro nos supermercados.

E o arroz e o feijão, apesar de terem pouca influência comercial externa, começam a recuar nos seus preços.

É uma boa notícia. Pelo menos não vem no bojo da crise internacional um fator agravante de inflação.

Com a queda do preço do arroz, que vinha subindo assustadoramente no ano passado e agora mostra um recuo de 1,2% nos supermercados nos últimos 30 dias, o trigo acompanhou o ritmo. Chegou a um preço recorde em 2008, mas começa agora a cair, queda que se verifica também no preço do pãozinho.

E saúde-se também que as carnes sofreram o efeito externo e passaram agora a cair de preço.

É o caso da carne de porco, cujo preço recuou em 11% nos últimos 30 dias. A demora necessária para um ajuste na produção de carnes provoca uma maior oferta do produto e queda natural dos preços.

Inclui-se nessa queda surpreendente de custos, é claro que ainda não compensadora da alta que tiveram em 2008, o preço do frango, que recuou em 6%.

E é mostrada também uma queda discreta no preço da carne bovina (2,5% em 30 dias), o que quase afirma uma tendência animadora para o futuro imediato.

Vê-se, assim, que quando enfraquece o comércio internacional, com excesso de oferta dos produtos, demanda menor, falta de crédito, os consumidores internos brasileiros se beneficiam.

Isso quando quem preside essa oscilação é o mercado e não o Estado: vejam que os consumidores brasileiros há muito tempo têm o direito de ver recuados os preços dos combustíveis, mas teimosa e cruelmente a Petrobras se nega a baixar o preço da gasolina e do diesel.

É um paradoxo, mas, em matéria de consumo, nós podemos vir a pagar muito menos por alguns alimentos essenciais, em razão da crise. Não é fantástico?

Mas um mistério inexplicável cerca o preço dos combustíveis na cidade de Osório.

Enquanto a gasolina está valendo uma média de R$ 2,58 na Grande Porto Alegre, em Osório a gasolina pode ser vendida a R$ 2,35 (no Posto Maravilha, na RS-030), a R$ 2,34 (no Posto Mundo Novo, sem bandeira, na Rua Costa Gama), a R$ 2,359 (no Posto Petrobras da Avenida Getúlio Vargas) e a R$ 2,38 (no posto da Rua Santos Dumont).

Mas como é que pode, a apenas cem quilômetros de Porto Alegre, a gasolina custar R$ 12 a menos por tanque de combustível que aqui na Capital?

Ainda no sábado, eu estranhava que a gasolina em Curitiba custasse apenas R$ 2,38, R$ 0,20 a menos que em Porto Alegre.

Pois não é que agora aparece gasolina em Osório mais barata do que em Curitiba?

Vai entender essa ladroeira que sofremos aqui em Porto Alegre!

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