quinta-feira, 10 de abril de 2025


09 de Abril de 2025 
Rodrigo Lopes

Trump acelera a virada para um mundo sinocêntrico

Há muito mais perguntas do que respostas sobre o impacto do tarifaço deflagrado por Donald Trump contra meio mundo - e, com mais sangue nos olhos, contra a China. Estaria, como de costume, o presidente americano blefando? A interrupção épica do comércio global pode, ao final, prejudicar mais os EUA do que a China? É o fim da globalização tal qual a conhecemos?

Não se sabe. Mas, do ponto de vista político, é possível intuir alguns cenários. Um dos poucos consensos na sociedade americana, que consegue pôr do mesmo lado republicanos e democratas, é o fato de a China ser a grande adversária geopolítica no século 21.

Afinal, os EUA parecem sempre precisar de um inimigo: os nazistas, os soviéticos, os terroristas islâmicos e, agora, os chineses.

Desde que Richard Nixon pisou em Pequim, em 1972, estabelecendo relações com a China comunista, como parte de seu plano para isolar a URSS, em plena Guerra Fria, os EUA variaram sua estratégia entre tentativas de engajamento e contenção. Atrair Pequim para a ordem liberal baseada em regras funcionou até que os próprios chineses atingissem tal grau de desenvolvimento que os colocaria em pé de igualdade - econômica e militar - de desafiar a supremacia americana.

Potência revisionista

A tal ascensão pacífica da China foi pelo ralo quando Trump, em 2017, a denominou potência revisionista na National Security Strategy. A rivalidade é observada não apenas na economia, mas em uma corrida armamentista na Ásia, em razão dos contenciosos marítimos no Mar do Sul e do Leste da China, das tenções com Taiwan e Coreia do Norte, dos ataques de hackers chineses a empresas americanas, e dos questionamentos de Pequim à ordem liberal regional e internacional, que, escondem, além de interesses, valores divergentes.

É geopolítica pura. Em jogo está o futuro da ordem erigida após a Segunda Guerra Mundial, que tem os EUA como centro, o dólar como moeda de lastro global e o multilateralismo como princípio do sistema.

O momento de virada para um mundo sinocêntrico talvez tenha chegado antes do previsto. Provavelmente, Trump nem sabe o que isso significa, mas sua jogada contra a China encontra o planeta em plena fase de transição hegemônica, com uma potência em ascensão bem preparada para enfrentar essa guerra, que, por enquanto, é apenas comercial. Por enquanto. _

Livro dos bastidores da família de Jango

Com o sugestivo título E Manchado de Sangue Terás de Crescer, o advogado e analista político Christopher Goulart, neto do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964, prepara um livro no qual contará o envolvimento de sua família com episódios determinantes da história dos cenários políticos gaúcho e brasileiro.

Nascimento no Reino Unido

Nascido no exílio, em Londres, o autor, desde o primeiro momento de vida, teve a influência do avô, que morreu dois meses depois de seu nascimento. Jango viajou para o Reino Unido para conhecer o neto, em 1976.

Christopher é filho de João Vicente Goulart e Zulma. A obra deve ser lançada pela Editora Alta Books.

- O livro é uma autobiografia, mas que se confunde diretamente com a história do Brasil. As pessoas fantasiam muito em torno do glamour da família de um presidente, mas não fazem a menor ideia do que significa ser neto de um cara que sofreu um golpe de Estado e que, provavelmente, foi assassinado pela ditadura. O sistema político ditatorial destruiu a minha família. Meu pai perdeu meu avô quando tinha 19 anos. Eu nasci no exílio e isso não tem nada de bonito - disse à coluna. _

Bombeiro é condenado por morte de colombiano

Oito anos depois, a Justiça condenou o bombeiro Tiago Lamadril Borges a oito anos de prisão em regime semiaberto pela morte do estudante colombiano Eduardo de la Hoz.

Natural de Barranquilla, na Colômbia, Eduardo fazia mestrado em História na UFRGS. O crime ocorreu em 16 de fevereiro de 2017 em Porto Alegre, quando o jovem de 29 anos questionou o subsíndico do prédio onde morava sobre o sumiço de sua bicicleta na garagem.

Após discussão, outro morador do prédio, o soldado Borges, apareceu para intervir. Armado, teria dado voz de prisão ao colombiano. Eduardo não teria atendido. Borges disparou dois tiros que atingiram o jovem. Eduardo ficou internado sete meses (dois deles em coma) até morrer, em 24 de setembro daquele ano.

Na segunda-feira, o bombeiro foi julgado pela 2ª Vara do Júri do Foro Central da Capital. O réu foi condenado por crime doloso contra a vida. Além da reclusão, a Justiça entendeu que Borges deve perder o cargo de militar do Corpo de Bombeiros.

Defesa irá recorrer

Foram quase 10 horas de audiência, acompanhada pelo irmão da vítima, Hector de la Hoz, que mora em Florianópolis e viajou a Porto Alegre para o Júri.

A defesa, sob responsabilidade da advogada Tais Martins Lopes, afirma que irá recorrer ao Tribunal de Justiça. Ela sustenta que Borges agiu em legítima defesa, depois de ter ficado quase 20 minutos contendo Eduardo e após ter chamado por apoio da Brigada Militar.

Outro argumento é que, durante o julgamento, um dos sete integrantes do corpo de jurados teria cochilado enquanto Borges prestava seu depoimento. A defesa pediu a dissolução do conselho de sentença, mas a juíza Eveline Radaelli Buffon indeferiu o pedido. _

Nova muda de magnólia na Casa Branca

O presidente americano Donald Trump plantou ontem uma nova muda de magnólia nos jardins da Casa Branca, substituindo a árvore histórica que homenageava Andrew Jackson, sétimo presidente dos EUA (1829-1837).

A árvore original, plantada nos anos 1800, tinha origem da propriedade de Jackson em Nashville, Tennessee. A magnólia permaneceu por mais de dois séculos como um marco do jardim presidencial, até ser removida recentemente após um relatório de arboristas alertar para "sérias preocupações de segurança".

O documento apontou que a árvore "ultrapassou seu tempo como marco estético e histórico", representando risco devido à possível falha estrutural. _

Gaúcha percorre cidades falando sobre bullying

O projeto Pare, Olhe, Ouça e Sinta: o Bullying na Escola, iniciativa educativa de prevenção ao bullying, percorreu 153 instituições de ensino em 20 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina em sua primeira etapa, concluída em março de 2025.

Realizado ao longo de oito meses, o projeto promoveu 255 encontros com 4.350 alunos da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de 13 palestras para 230 professores.

A ação é coordenada pela professora, escritora e especialista em literatura infantil Márcia Funke Dieter.

Livro em braile

Além de palestras com os professores e contações de histórias envolvendo as crianças, como parte das atividades, foram distribuídos mais de 3 mil exemplares do livro Uni, de autoria de Márcia - 350 deles em braile -, que aborda o respeito às diferenças e os impactos do bullying. _

INFORME ESPECIAL

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