quinta-feira, 10 de abril de 2025


09 de Abril de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Trump mostra que não era só Biden que estava senil

O ex-presidente Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição nos Estados Unidos porque levou uma surra no primeiro debate com Donald Trump. Os lapsos de memória e a lentidão de raciocínio foram interpretados como sinais de senilidade, e os democratas trataram de substituí-lo por Kamala Harris, uma mulher boa de debate, rápida nas respostas e equilibrada nas ações.

Não adiantou. A batalha já estava perdida. Trump ganhou prometendo fazer o que está fazendo, mas os próprios eleitores dele acharam que blefava.

Com as confusões que criou nestes primeiros meses de mandato, Trump passa impressão de que é ele o senil, um Napoleão fora de época. O tarifaço amplo, geral e irrestrito veio depois de medidas duras contra imigrantes e de atritos com vizinhos, como o pacífico Canadá, que o presidente quer anexar aos EUA.

Ontem, as bolsas de valores mundo afora começaram o dia recuperando perdas da véspera. Os principais mercados da Ásia fecharam o dia em alta, mas os que estavam em operação quando venceu o prazo dado à China para desistir da tarifa de 34%, definida como "olho por olho, dente por dente", desabaram. O Brasil, que nem está entre os mais taxados, sofre com o efeito cascata. E o dólar, que vinha aos poucos voltando ao seu leito, explodiu de novo.

O que estarão pensando os patriotas brasileiros que usaram o boné com a expressão "America First" ou "Make America Great Again"? Devem estar achando que Trump está certo e que o resto do mundo deve se dobrar ao senhor do raio e do trovão.

Ao aplicar uma nova taxa, Trump espera que a China se renda, sem considerar que a potência asiática tem armas para enfrentar a guerra comercial.

A principal delas é a mão de obra, abundante e barata, coisa que os EUA não têm e não poderão mais suprir com os imigrantes.

O líder chinês Xi Jinping joga xadrez com os outros parceiros comerciais também sobretaxados e que podem ampliar suas compras e suas vendas. Trump joga pôquer e boliche. Blefou para forçar uma negociação favorável aos EUA e perdeu a rodada. Foi para o boliche e fez um strike. Pode ganhar ali na frente? Até pode, mas a que custo, se houver a combinação de inflação alta com recessão?

Trump esquece as lições de Maquiavel: comprou briga com todos ao mesmo tempo e corre o risco de perder aliados históricos e ficar com Vladimir Putin de um lado e Benjamin Netanyahu do outro, porque apoiam seus delírios e desprezam os organismos internacionais criados para mediar conflitos. _

A soberba e a ignorância de JD Vance, que chamou chineses de "camponeses", ajudam a agravar a crise. Camponês não é ofensa, mas a China é um país altamente industrializado, que fabrica de tudo e não tem nada de amador.

Programa prevê R$ 901 milhões para recuperação de solos no RS

Se a Assembleia Legislativa aprovar o Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha, serão investidos R$ 901 milhões em 15 mil pequenas propriedades, alcançando 150 mil pessoas. Os recursos virão do Fundo de Reconstrução do RS (Funrigs).

Por causa do regime de urgência, o projeto tranca a pauta a partir de 6 de maio.

- Este projeto é uma virada de chave nas técnicas utilizadas para recuperar o solo em nosso Estado - disse o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, que esteve na Assembleia ontem. _

TCE identifica sobrepreço em aquisição de telas

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) apontou que a prefeitura de Cachoeirinha teve prejuízo de R$ 3,8 milhões na compra de 321 telas interativas.

A aquisição foi em setembro de 2022 por meio de adesão a ata de registro de preço - quando o órgão aproveita um processo licitatório de outro. O valor total foi de R$ 10,2 milhões.

Segundo o TCE, a adesão não foi vantajosa para o município, já que a própria Secretaria de Educação da cidade havia comprado 38 telas com preços "consideravelmente inferiores" recentemente. Além disso, foram apresentados equipamentos semelhantes ao preço unitário de R$ 19,3 mil, um terço a menos do valor pago (R$ 32 mil). _

Mais um suplente assume no MDB

Com seis deputados eleitos em 2022, o MDB conseguiu emplacar seu terceiro suplente após a reforma do secretariado de Eduardo Leite. A indicação de Edivilson Brum para a Secretaria da Agricultura abriu caminho para a entrada de Tiago Simon, filho de Pedro Simon, na Assembleia.

Agora, dos seis eleitos em 2022, só três titulares seguem no Legislativo: Vilmar Zanchin, Patrícia Alba e Luciano Silveira. 

Lula perdeu chance de demitir Juscelino

Logo no início do terceiro governo Lula, em 2023, saíram as primeiras reportagens mostrando que Juscelino Filho, o ministro das Comunicações, estava envolvido em denúncias de corrupção. Eram investigações fundamentadas, amparadas em documentos, mostrando que Juscelino, quando era deputado, fazia trampa com emendas parlamentares.

Lula deve ter pensado algo como "quem nunca?" para manter o ministro até agora. Foi preciso que a Procuradoria-Geral da República denunciasse Juscelino para então o governo se livrar de um dos mais inúteis integrantes do primeiro escalão.

Deputado sem brilho, Juscelino virou ministro com a bênção de Davi Alcolumbre, hoje presidente do Senado. Nestes dois anos e três meses, não fez nada de relevante além de colecionar denúncias de envolvimento em irregularidades.

E Lula? Fez ouvidos moucos. Afinal, precisava agradar à parte do centrão com a qual Juscelino é identificado. _

Da secretaria ao conselho

Substituído por Edivilson Brum na Secretaria da Agricultura, Clair Kuhn vai assumir o cargo de secretário- executivo do Conselho do Plano Rio Grande. O órgão tem como missão receber demandas relacionadas ao restabelecimento do Estado após a enchente do ano passado e sugerir soluções.

Kuhn entra no lugar do ex- prefeito de Restinga Sêca Paulinho Salerno, que será subsecretário de Irrigação. 

POLÍTICA E PODER

Nenhum comentário: