quinta-feira, 10 de abril de 2025



10 de Abril de 2025
EM FOCO - Bruna Oliveira

Líder do WhatsApp vê avanços da IA, com destaque para o Brasil

Líder do WhatsApp na América Latina, Índia e Indonésia, Guilherme Horn subiu ao palco do South Summit Brazil ontem para dividir sua história no ambiente empreendedor. Apostador na tecnologia antes mesmo de virar "hit", Horn destacou que os percalços do trajeto são fundamentais para apostar em novas ideias.

Ele também compartilhou que, no seu entendimento, o impacto da inteligência artificial (IA) ainda vai ser muito grande na vida das pessoas. E com grande espaço para quem souber usá-la:

- Acreditamos que o WhatsApp vai ter um papel muito fundamental nessa mudança toda, e o Brasil vai ter um destaque muito grande.

Cultural

Sobre o uso expressivo dos aplicativos de mensagens nos países que atende, ao contrário de potências como Estados Unidos, Horn avalia que o movimento é cultural.

Depois de 20 anos vivendo de seus próprios negócios e de passagens por outras empresas, Horn recebeu convite da Meta, dona de gigantes como Facebook e WhatsApp. O alcance das plataformas, diz, inaugurou uma democratização do acesso aos negócios online. O papo foi conduzido pela investidora em tecnologia e cofundadora da gestora de investimentos Innova Capital, Verônica Serra.

Enquanto os benefícios são infinitos, os desafios das transações digitais têm peso igualmente importante. Segundo Horn, o WhatsApp é um produto que consegue transcender barreiras geográficas e sociais, o que revolucionou o comportamento das pessoas.

- Todas as empresas hoje usam o WhatsApp, em alguma funcionalidade. Empresas grandes e pequenas, são vários os casos em que a plataforma é a única ferramenta - afirma Horn.

Da mesma forma que cresce o uso, as pessoas esperam das companhias a mesma forma de comunicação e relacionamento. O app, diz Horn, gera confiança porque traz proximidade e rapidez de contato. Isso garante grande oportunidade, mas também um desafio para que as companhias conheçam a plataforma e saibam utilizar a tecnologia de maneira eficiente.

Aprendizado

O gestor do WhatsApp também dividiu com a plateia a sua trajetória empreendedora. Falou sobre a decisão de primeiro empreender para depois "trabalhar para alguém".

O caminho inverso ao de muitos empreendedores, o de voltar para o mundo corporativo, teve a ver com uma decisão pessoal de dosar o peso do trabalho, acrescentou.

Horn diz que as empresas que não deram certo o ajudaram a crescer:

- Hoje, falar dos fracassos é muito legal. Mas quando acontecem, é muito doloroso. Extrair aprendizado na hora é difícil, mas anos depois é valioso. _

Atividade voltada a alunos da rede pública

Isabella Sander

Estudantes de escolas públicas e participantes de projetos sociais estiveram, ontem, no South Generation. O evento descentralizado do South Summit Brazil envolveu apresentações musicais, palestras sobre o futuro do trabalho e atividades como experimentações com um robô e com ondas eletromagnéticas.

Apresentado pelo youtuber de educação Professor Noslen e pela cantora rapper e educadora popular Negra Jaque, o evento quase lotou o Auditório Araújo Vianna, que tem capacidade para receber 3 mil pessoas. O governador Eduardo Leite, na abertura do evento, defendeu o South Summit como um propulsor de iniciativas de empreendedorismo de gaúchos, em especial de jovens.

Diretor do Campus Caldeira, Felipe Amaral trouxe como exemplo de oportunidade o programa Geração Caldeira, que oferece capacitação online para jovens de 16 a 24 anos oriundos de escolas públicas em diferentes áreas de inovação e tecnologia. Entre aqueles que concluem a fase online, são selecionados 200 para participarem de um programa presencial de cinco meses no Instituto Caldeira. É oferecida bolsa de R$ 4 mil a esses participantes. Ao final, 90% deles são empregados em empresas vinculadas ao Caldeira.

A gurizada se divertiu com a experiência promovida pela faculdade de tecnologia Fiap, que colocou um robô no palco que acenava para os adolescentes e conectou dois alunos por meio de ondas eletromagnéticas. Com isso, os movimentos que a menina fazia com a mão eram repetidos involuntariamente pelo menino.

Geração Z

Mari Galindo, especialista em Geração Z, Futurismo e Cultura Digital, teve o desafio de apresentar as características da geração Z, compreendida entre os nascidos de 1995 a 2010, para uma plateia repleta de jovens dessa faixa etária. Uma das mudanças citadas pela profissional é o rechaço dessa geração por uma vida que se viva em função do próprio trabalho.

A especialista, que fundou a Nice House, um hub de criadores de conteúdo, ressaltou o fato de que muitos da geração Z sonham ser grandes influenciadores, mas que muitos criadores de conteúdo não ganham nem R$ 500 por mês com suas produções. A empresa busca criar uma "classe média" de influenciadores que permita que muitos se mantenham com esse trabalho. 

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