
Tarifaço abre porta da era do caos?
Todas as análises mais abrangentes sobre os efeitos do tarifaço de Donald Trump precisam ser cautelosas. Primeiro, porque a única certeza que se tem é de que o principal efeito é... explosão da incerteza. Mas proliferam diagnósticos de que à frente se vê um novo mundo, diferente do que conhecíamos até agora.
Um dos sinais mais fortes dessa mudança vem dos títulos do Tesouro americanos, até agora o porto seguro dos portos seguros. Os papéis de longo prazo (T-Bonds de 30 anos) decolaram, indicando baixa procura. A lógica é que, se não há demanda, é preciso elevar a remuneração para captar.
E recuam os juros dos Bunds (títulos soberanos da Alemanha). Com maior número de interessados, pode pagar menos. O movimento sugere saída de investimentos em Treasuries e entrada nos papéis alemães. Então, o porto seguro já não é mais tão... seguro.
"Em apenas 10 dias, o presidente acabou com as velhas certezas que sustentavam a economia mundial, substituindo-as por níveis extraordinários de volatilidade e confusão", resumiu a revista britânica The Economist, que titulou na capa The Age of Chaos (A era do caos).
Com outras formas e outras palavras, é isso que têm repetido economistas, empresários e historiadores. As bolsas asiáticas e europeias encerraram com sinais mistos e sem variações fora do habitual. As americanas fecharam no "positivo normal", entre 1% e 2%. No Brasil, o dólar recuou 0,46% com cautela, para R$ 5,871.
Mas as perdas nos mercados, especialmente nos dos EUA, já provocaram empobrecimento, porque seis em cada 10 americanos poupam comprando ações. Sem contar o risco incomensurável (que não se pode medir) que cerca os Treasuries. _
Proteção à mudança no clima
Quase um ano depois da enchente de maio de 2024, há ao menos 21 projetos para mitigação e adaptação à mudança climática em cidades gaúchas em busca de financiamento. Conforme o levantamento Global Snapshot 2024, feito pelo CDP, organização sem fins lucrativos, em parceria o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (GCoM), a demanda total de investimento é de cerca de R$ 900 milhões. O valor não inclui os pedidos de Porto Alegre, que não informou as quantias. Só inclui São Leopoldo e Canoas.
Serviços públicos gáuchos com IA
Até o final de abril, o governo do RS vai lançar sua nova estratégia digital. E as novidades incluem a mediação de inteligência articial (IA) própria, que já está sendo treinada para falar "gauchês". Um dos princípios dessa nova fase é unificar todas as informações em uma mesma base de dados, que terá interface com as pessoas na plataforma meurs.gov.br.
- Não vai ter mais o dado da saúde, o dado da segurança. Todos estarão centralizados, para ajudar o cidadão - disse a secretária de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans, em evento para convidados no South Summit Brazil.
Segundo Danielle, a nova estratégia vai inverter a relação dos gaúchos com o Estado:
- Agora, o cidadão vai poder parar de procurar o Estado, porque o Estado vai procurá-lo.
Um dos exemplos dados pela secretária envolve avisos quando for preciso fazer vacina, quando houver algum benefício disponível que a pessoa não está usando, mas também na hora de pagar o IPVA.
- Com o tempo, vai funcionar como a Netflix, vai entender o perfil do cidadão e interagir com ele, com o cuidado de não ser invasivo demais - detalhou.
Estão predefinidos quatro perfis: empreendedores, estudantes, produtores e servidores públicos. _
Muito cuidado ao reduzir beneficiários do Bolsa Família
A iniciativa de prefeituras e entidades empresariais para reduzir o número de famílias que recebem Bolsa Família precisa ser muito bem dosada. Pode ser bem-sucedida se apresentar alternativa consistente. Mas precisa ter muita responsabilidade.
A explosão de benefícios ocorreu no período pré-eleitoral, em 2022, quando critérios foram "flexibilizados". Prefeituras podem ajudar garantindo creches para que mães em idade ativa possam trabalhar.
Entidades empresariais, por sua vez, podem montar programa de qualificação da mão de obra, para que a formalização seja uma alternativa atraente em termos salariais, com jornadas adequadas.
Especialistas estão longe da unanimidade sobre a correlação entre o número de beneficiários do programa e a falta de pessoal. Veem maior impacto no mercado de trabalho informal. Há diferença enorme entre o pagamento médio de R$ 659,04 e o salário mínimo de R$ 1.518. Atuações em entregas ou como motorista de aplicativo competem com salários e jornadas do mercado formal.
E há outro alerta: dados ainda mostram pleno emprego, mas há sinais de que a atividade deve desacelerar. Se o esforço de reduzir os beneficiários do Bolsa Família coincidir com um mercado de trabalho menos aquecido, pode deixar famílias na miséria e contribuir para gerar mais rejeição ao universo formal, que contrata e demite em ciclos. _
Projeto de R$ 100 milhões em biometano no RS
Distribuidora de gás que atende cerca de 11 milhões de famílias e 60 mil empresas no país, a Ultragaz vai investir R$ 100 milhões no Rio Grande do Sul. A empresa é do Grupo Ultra, dono também da rede de postos Ipiranga.
O aporte será destinado a projetos de biometano, gás liquefeito de petróleo (GLP), bioGLP e energia elétrica, para impulsionar a transição energética na indústria gaúcha. Conforme o diretor de desenvolvimento da Ultragaz, Aurélio Ferreira, o plano começa a ser implementado ainda neste ano e gerar cerca de cem empregos. Tem apoio do governo do Estado e da Invest RS, agência de desenvolvimento, que assinaram termo no South Summit Brazil 2025. _
GPS DA ECONOMIA
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