quinta-feira, 10 de abril de 2025


10 de Abril de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

O South Summit é parte da Porto Alegre que dá certo

O presidente do South Summit Brazil, José Renato Hopf, foi muito feliz no artigo que publicou em ZH, ontem, quando diz que a primeira edição em Porto Alegre, em 2022, foi um reencontro, depois da tragédia da pandemia.

Pois agora também é um momento de reencontro - dos porto-alegrenses com os próprios porto-alegrenses, com os brasileiros e com o mundo. Porque o mundo está na Capital.

Mais do que isso, está no palco a partir do qual Porto Alegre começou a submergir em 3 de maio do ano passado. No armazém 6, a água chegou a mais de 5 metros de altura.

Há, portanto, o aspecto simbólico do local onde o South Summit ocorre.

Foco na sustentabilidade

Mas também não é só isso - a inovação precisa estar a serviço de soluções que ajudem o Estado na adaptação às mudanças climáticas. E há bons exemplos de startups que atuam nesse sentido: no desenvolvimento de aplicativos que medem a elevação das águas, que auxiliam no alerta em caso de tragédias, que ajudam para onde direcionar voluntários, alimentos e medicamentos em meio ao caso das situações de catástrofe e soluções de apoio a empreendedores que foram afetados pelas enchentes e que ainda enfrentam o desafio de se reerguer.

Muita coisa precisa ser feita ainda em Porto Alegre: quase um ano depois do dilúvio, os diques não foram completamente reerguidos - e não se trata de reconstruí-los apenas, é preciso torná-los mais altos (isso significa reconstruir melhor); há vários projetos sobre bacias hidrográficas em fase de elaboração, as casas de bombas ainda falham, as comportas não foram concluídas completamente. A cidade alaga a cada chuva mais forte e rápida.

O temporal da semana passada, que prejudicou inclusive as instalações montadas para o evento, mostra que estamos longe. Mas a realização do evento mostra a capacidade de uma cidade que tenta se reerguer. E isso não é pouco.

O South Summit é parte da Porto Alegre e do RS que dão certo: a união dos setores público e privado, cada um fazendo a sua parte. _

Delegacia sem titular no aeroporto

No momento em que o turismo é um dos pilares para a reconstrução econômica após a maior catástrofe climática da história do RS, cabe maior atenção à Delegacia para o Turista (DPTur), órgão da Polícia Civil no aeroporto Salgado Filho. O local está há mais de um ano sem delegado titular. A ausência provoca impacto nas investigações, pois quem lidera a delegacia divide atenções com outra DP.

- A DPTur, criada estrategicamente há mais de 10 anos, é essencial. Não haver um delegado à frente apenas das demandas desse órgão gera sobrecarga ao profissional que divide a atenção com outra delegacia, morosidade nas investigações e, consequentemente, prejuízos a quem visita o Estado - diz o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep), Guilherme Wondracek.

Chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Sodré promete uma resolução em breve.

- Estamos com dificuldade em número de delegados, mas com a nova turma que tomou posse, vamos definir em seguida um ou uma titular na DPTur. _

Aos 20 anos, Be8 é homenageada

A Assembleia Legislativa do RS prestou homenagem, ontem, aos 20 anos da Be8, gigante brasileira do setor de biocombustíveis com sede em Passo Fundo e liderada pelo empresário Erasmo Battistella.

A celebração ocorreu durante o Grande Expediente do Legislativo.

O autor da proposição foi o deputado Vilmar Zanchin (MDB), que ressaltou o papel crucial da empresa gaúcha no desenvolvimento econômico e na geração de milhares de empregos diretos e indiretos na região norte do Estado, além de sublinhar a liderança de Battistella neste processo. _

Seminário do TRT com seis países do Mercosul

Entrevista - Marcos Troyjo - Ex-presidente do banco do Brics

"RS será afetado pela imposição de tarifas"

O diplomata, cientista político e economista Marcos Troyjo conversou com a coluna sobre o cabo de guerra entre EUA e China. Amanhã, será um dos speakers do South Summit, na Capital.

O senhor falou anteriormente que o governo Trump poderia favorecer o Brasil. Recentemente, disse que não há pontes entre os dois governos. O que mudou?

Quando disse que poderia favorecer o Brasil é porque, hoje, estamos no pé da montanha de uma nova guerra fria entre EUA e China. Como vimos, já houve a extensão de dois cobertores de tarifas antes de 2 de abril, incidindo sobre as exportações chinesas para os EUA, e, no dia 2, o anúncio de mais uma camada tarifária. Acho que os chineses, sempre muito estrategistas, entendem que, se retalharem os americanos na mesma proporção, acabam por prejudicar a própria economia (a declaração foi feita na última semana, antes da retaliação). Então, vão identificar aqueles setores da economia americana em que há espécie de desproporção entre o que representa para a economia como um todo e a voz que esse setor tem nos ciclos decisórios de Washington. (...) Se os chineses vão impor barreiras às exportações americanas do agro, qual é o único país do mundo que tem a capacidade, velocidade, agilidade e escala para substituir quase que automaticamente esse fluxo exportador? É o Brasil. Acho que iremos ver um aumento das exportações brasileiras para a China no agro.

E como você avalia as tarifas impostas por Trump?

Acho que os critérios utilizados foram, em primeiro lugar, privilegiar a imposição de tarifas a países com os quais os EUA têm grande déficit comercial, então China, União Europeia como um todo, e também volume de exportações. Primeiro, não temos superávit comercial com os americanos. Segundo, nossas exportações são razoavelmente pequenas. Se fizer radiografia daquilo que o Brasil exporta à China e se fizer uma do que o Brasil exporta aos EUA, a concentração em exportações de bens industriais de mais valor agregado é, sobretudo, para eles. Estados como RS, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, que são a base industrial do Brasil, vão ser, em alguma medida, afetados. 

INFORME ESPECIAL

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