quarta-feira, 2 de abril de 2025



02 de Abril de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Se nem o básico foi feito, como esperar obras?

Passado o temporal que trouxe no último dia todas as "águas de março" sonegadas ao longo do mês, os porto- alegrenses e moradores da Região Metropolitana têm a sensação de que o despreparo era maior do que se imaginou logo depois da ventania e da bomba d?água. As entrevistas dos responsáveis por serviços afetados pela chuva passam a impressão de que o básico não foi feito - e aqui não se fala de grandes projetos, mas de trabalho de manutenção das redes elétricas, dos bueiros, das bocas de lobo, das casas de bombas.

Comecemos pela CEEE Equatorial. A empresa não tem culpa se o vento chegou a 111km/h, mas o resultado é que mais de 300 mil residências em algum momento ficaram sem energia e 58 mil estavam assim até o final da tarde de ontem. Quem circula pela cidade sabe que a Equatorial tem postes inclinados há meses, alguns sustentados pelo acúmulo de fios que ninguém se responsabiliza por tirar.

A falta de energia é a justificativa do Dmae para a casa de bombas número 16 não ter funcionado, alagando a Cidade Baixa, e para as estações de tratamento de água Moinhos de Vento, São João e Belém Novo terem parado de funcionar, o que deixou milhares de famílias sem água em diferentes bairros de Porto Alegre. Será essa a nossa sina cada vez que chover?

O diretor-geral do Dmae tentou consolar os afetados pelos alagamentos com a explicação de que em outras áreas da cidade, como Sertório e Lindoia, não ocorreram problemas. Os ouvintes do Gaúcha Atualidade correram a explicar que o motivo não tem relação com as bombas (agora com geradores), mas com a escassez de chuva. É que o dilúvio registrado na Zona Sul e na Central não chegou à Zona Norte.

Na Avenida José de Alencar, que o Dmae diz tratar como prioridade, a coluna identificou em bocas de lobo (melhor dizer "de jacarés", pelo tamanho) sacos plásticos, uma planta de pelo menos 20 centímetros e até um cavalete da EPTC. Se a população não cuida, como evitar alagamentos?

Ao longo do dia, sinaleiras em cruzamentos movimentados seguiam apagadas e sem agentes para orientar o trânsito. Exemplo? Ao meio-dia, no cruzamento da Ramiro Barcelos com a Protásio Alves, os semáforos estavam inativos, e atravessar a avenida virou uma roleta-russa pela ausência de azuizinhos.

Para não ficar só nas obrigações da prefeitura, é preciso relembrar que os alertas da Defesa Civil, na véspera, não foram levados a sério nem pelo governo do Estado, que só cancelou um evento ao ar livre no Morro Santa Tereza quando os convidados (entre eles o diretor-geral do Dmae) já estavam a caminho.

Até aqui, o que mais se viu foram reuniões para decidir como tocar a reconstrução do Estado em geral e de Porto Alegre em particular. E os cerca de R$ 6,5 bilhões liberados pelo governo federal para as obras de prevenção às cheias dormindo (e rendendo) à espera dos projetos. _

Thalis será embaixador de jantar do ICD-RS

O primeiro compromisso institucional do marido do governador Eduardo Leite, Thalis Bolzan, desde a sua mudança para Porto Alegre, será no papel de embaixador do jantar anual do Instituto da Criança com Diabetes (ICD-RS), no dia 10 de julho, na Associação Leopoldina Juvenil, na Capital. O jantar conhecido como Ilhas da Gastronomia contará com a participação voluntária de pelo menos 16 renomados chefs de cozinha do Estado.

O convite a Thalis foi entregue ontem pelo presidente do ICD-RS, Balduino Tschiedel, médico endocrinologista.

Natural do Espírito Santo, Thalis foi escolhido por ser marido do governador e por ter especialização em endocrinologia pediátrica pela Universidade de São Paulo (USP), onde também cursou mestrado com foco em obesidade em adolescentes.

No início deste ano, mudou-se para Porto Alegre, onde reside com Leite no Palácio Piratini e tem consultório médico. Thalis oferece atendimento especializado no tratamento de obesidade, complicações associadas e distúrbios endocrinológicos, o que também motivou o convite do Instituto. _

Defensoria Pública regulamentou novo penduricalho

Não são apenas os membros do Ministério Público e os magistrados, como destacou a coluna, que estão usufruindo do novo privilégio chamado licença compensatória. Desde 1º de março, os defensores públicos podem escolher se querem uma folga a cada três dias trabalhados ou se preferem converter a "licença" em dinheiro e ganhar o adicional como verba indenizatória, sem incidência de Imposto de Renda.

É mais um penduricalho isento de IR, mesmo sendo dinheiro que entra na conta de defensores, promotores, procuradores, juízes e desembargadores e engorda o subsídio em um terço.

Cheia de "considerandos", a resolução da Defensoria Pública-Geral do Estado, assim como a do Ministério Público, foi publicada às vésperas do Natal, quando a imprensa está com a guarda baixa - é preciso reconhecer.

Só veio à tona agora, porque chegou a hora de usufruir da vantagem. _

Assembleia vai discutir ferrovias

Por iniciativa do deputado estadual Miguel Rossetto (PT), a Comissão de Finanças da Assembleia discute no dia 9 a situação das ferrovias no Estado, praticamente abandonadas pela Rumo, concessionária do serviço. Rossetto diz que é inadmissível o RS ser desconectado da malha ferroviária federal, situação que se desenha diante do desinteresse da Rumo em continuar explorando o serviço.

A concessão vence em 2027, mas a empresa não fez a recuperação das vias danificadas pela enchente e só demonstra interesse por uma linha, a que liga Cruz Alta a Rio Grande. O vice-governador Gabriel Souza pediu ao Ministério dos Transportes a liberação do trecho usado para o trem turístico, no Vale do Taquari, mas Rossetto entende que não basta:

- O Rio Grande do Sul precisa entrar no Plano Ferroviário Nacional e usar as ferrovias para transportar a produção e receber o que compra de outros Estados. _

Secretário comemora avanço em acessos

Desde que tomou posse na Secretaria de Logística e Transportes em 2019, Juvir Costella assumiu o compromisso de levar acesso asfáltico aos 62 municípios que ainda não tinham. De lá para cá, o governo empenhou R$ 635 milhões para as obras, investimento que é comemorado por Costella como o "maior da história" com recursos próprios do Estado.

Foram 24 novos acessos concluídos nesses seis anos, faltando 38 para completar o mapa. _

mirante

Apesar de a indicação do chefe do Ministério Público não passar pela Assembleia, os candidatos serão convidados a expor seus planos na CCJ.

Mesmo com o Republicanos discutindo fusão ou federação, os cinco deputados estaduais da sigla declararam apoio a Luciano Zucco (PL) para governador.

POLÍTICA E PODER

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