sábado, 12 de abril de 2025


12 de Abril de 2025
ENTREVISTA - Rodrigo Lopes

VIR para o RS

Visitar. Investir. Residir.

As letras iniciais dessas palavras formam o acrônimo "VIR". Esse é o novo conceito que a Invest RS, Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, criada depois da tragédia climática para projetar a imagem do Estado lá fora e atrair investimentos, irá lançar nos próximos dias.

A estratégia de posicionamento deseja mostrar o RS não apenas como um lugar com potencial para empresas instalarem operações, explica o presidente da Invest, Rafael Prikladnicki. Mas também para quem deseja fazer turismo e, quem sabe, morar.

A gastronomia excepcional, a diversidade de paisagens naturais, os eventos e festivais são destacados dentro do pilar "visitar". A campanha destaca que o RS atraiu R$ 100 bilhões em 2024, maior valor dos anos recentes, com destaque para os projetos de CMPC, maior investimento privado da história do RS, Scala Data Centers, GM e Aeromot. São salientados como pontos favoráveis a economia diversificada, o capital humano qualificado, graças às reconhecidas universidades federais e privadas, e o ambiente favorável para negócios, com incentivos fiscais e programas de apoio ao empreendedorismo, e o potencial de inovação.

Por fim, o "R" de residir destaca que cidades gaúchas são reconhecidas pelos altos índices de qualidade de vida, segurança, infraestrutura robusta e ecossistema inovador. Belíssima campanha, dá orgulho de ver.

Que venham! 

ONU decide abrir um escritório permanente no RS

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) vai abrir um escritório em Porto Alegre. O órgão internacional, cuja sede no país fica em Brasília, dispõe de unidades hoje em São Paulo, Manaus, Boa Vista, Pacaraima e Belém. A previsão para a instalação do escritório na capital gaúcha é maio.

- Já vínhamos atuando no RS há vários anos a partir de parcerias com ONGs, como o SJMR, Aldeias Infantis e CAM. Com a catástrofe climática de 2024, encaminhamos uma equipe de emergência para apoiar a resposta a pessoas refugiadas e comunidade brasileira de acolhida atingidas pela tragédia. Neste momento, decidimos nos fixar no RS para ter mais capacidade de ampliar a integração de refugiados e pessoas deslocadas forçadas no Estado e na região como um todo, em razão de indicadores que acompanhamos, cujo potencial de empregabilidade, formação e bem-estar social, é evidente - diz o oficial de Meios de Vida e Inclusão Econômica do Acnur, Paulo Sergio Almeida.

Ele ressalta também a capacidade de interlocução e colaboração junto às autoridades políticas de Estado e municípios, ampliando o acolhimento e fortalecendo políticas para o desenvolvimento local, complementando mutuamente os esforços. _

Nova fase do movimento "Pra cima, Rio Grande"

O Grupo RBS realizou o pré-lançamento da nova fase do movimento "Pra cima, Rio Grande", em um jantar oferecido na quinta-feira a parceiros e autoridades por ocasião do South Summit Brazil, do qual a empresa é media partner. Lançada em junho de 2024, a bandeira institucional busca apontar caminhos para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

No encontro para mais de cem convidados, o presidente do Conselho de Gestão e publisher da RBS, Nelson Sirotsky, e o CEO do Grupo RBS, Claudio Toigo, conduziram a apresentação. A nova etapa com ações institucionais, editoriais e de comunicação será lançada no fim deste mês.

Na ocasião, Nelson também homenageou Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, pelos cem anos do grupo e os 60 anos da TV. Ele enalteceu a parceria de mais de cinco décadas com a RBS e a visibilidade dada aos desafios e avanços para a reconstrução do Estado no último ano. _

Uma equipe da emissora alemã Deutsche Welle está no RS, produzindo reportagem especial sobre a passagem de um ano da enchente no Estado. O jornalista gaúcho Guilherme Becker, que atua no veículo, está visitando os principais pontos da tragédia.

Entrevista - Rafael Leal - Chefe da Divisão de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério das Relações Exteriores

"Sempre trabalhamos preservando a independência do Brasil"

Líder da Divisão de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério das Relações Exteriores, Leal falou com a coluna no South Summit Brazil.

O que é o programa Diplomacia da Inovação?

São três objetivos: o primeiro é trabalhar a imagem do Brasil no Exterior. O segundo é incentivar os agentes do ecossistema a se internacionalizar. E o terceiro é conectar as startups ou os parques tecnológicos com as suas contrapartes no Exterior. Por que é importante trabalhar a imagem do Brasil lá fora? Quando compramos um celular ou um microfone, por exemplo, a informação de onde foi feito esse equipamento afeta o juízo que se tem sobre esse produto. 

Se eu disser que esse celular é fabricado na Coreia do Sul ou nos Estados Unidos, no Vale do Silício, ou no Chile, isso vai afetar a visão que se tem sobre a qualidade desse produto. O trabalho do Itamaraty é tentar reduzir o gap entre a percepção que se tem do Brasil no Exterior e a realidade. O nosso trabalho é fazer com que ele seja conhecido: trazendo pessoas de lá para cá e levando gente do Brasil para esses ecossistemas, para que se saiba o que está sendo feito.

Como é operacionalizado?

De várias formas. Primeiro fazemos um trabalho de inteligência, que consiste em mapear os ecossistemas de inovação mais dinâmicos do mundo. Por exemplo: os ecossistemas de inovação na Malásia, no Vietnã ou na China ainda são pouco conhecidos no Brasil. Usamos diplomatas que estão nas embaixadas e consulados do Brasil mundo afora para um conhecimento especializado sobre aqueles países. O que temos feito é para que um empreendedor, um parque tecnológico, uma missão de ciência, tecnologia e inovação que vá para aquele país, tenha um documento de referência sobre como aquele país atua em setores de ciência, tecnologia e inovação. 

Fazemos o contrário também. Estamos trabalhando no mapeamento e na produção de um documento que mostra o ecossistema de inovação brasileiro, para quando vier uma delegação mostramos: "Olha, em Recife tem o Porto Digital, em Porto Alegre tem o Instituto Caldeira, tem o Tecnopuc". Mostrar também para o Exterior o que está sendo feito aqui. Outra é levar os empreendedores para o Exterior, por meio de missões tecnológicas. Também trabalhamos com programas de incubação cruzados, que significa levar startups para conhecer outros países e também selecionar projetos de fora e fazer uma imersão nos ecossistemas.

A guerra comercial entre China e EUA preocupa a diplomacia da inovação?

É preocupante, sem dúvida, mas o Itamaraty sempre trabalhou nesse espaço multilateral, preservando a independência do Brasil, de conseguir trabalhar com todos os povos e buscando oportunidades para o país, procurando avançar da melhor forma o interesse nacional. Continuamos trabalhando nessa área da inovação como antes, buscando oportunidades para inserir o Brasil inovador tanto na Ásia, quanto no hemisfério americano. 

ENTREVISTA

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