Lista de
Não sei se você escreve lista de intenções no fim do ano. É um hábito clássico da virada, do cíclico balanço da existência.
Só que a lista não é para ser similar à de compras de supermercado, extensa, exagerada, com a qual se persegue o único propósito de lembrar item por item. Não é para ser memorizada, não envolve decoreba. Tem que ser internalizada e praticada por fases, na transformação da rotina.
Você se dispersa com muitos desejos. Um voto distrai o outro, e nada se realiza.
A chave para prevenir inércia, frustrações e decepções é esta: a contenção. Priorizar algo. Ver o que é mais importante. Arrumar as gavetas do coração. Selecionar o essencial. Descartar fantasias supérfluas. Entender aquilo de que você realmente precisa, aquilo a que verdadeiramente aspira. Eleger um só sonho e mobilizar os seus esforços em torno dele.
Assim você acaba percebendo que rodou de ano, que não saiu do lugar das promessas, que é repetente de si mesmo.
Se existe reincidência, dispense a intenção. Significa que não sente vontade. Não foi problema de ausência de tempo, e sim de ausência de ânimo. Não é que não se empenhou o suficiente, e sim que esqueceu o próprio compromisso ao longo dos meses.
Tenha um alvo, e use seus olhos para mentalizar diariamente a busca dessa meta.
Mudanças de impacto são gradativas e perenes. Ninguém fica sabendo, além de você. O silêncio é o aliado contra a inveja. Arme-se contra as dificuldades do mundo exterior com a introspecção.
Não é para listar o que falta em sua vida, mas o que falta em você. Repasse o impossível para Deus, cuide do seu jardim, plante o possível e o justo.
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