sexta-feira, 3 de janeiro de 2025



02 DE JANEIRO DE 2025
INFORME ESPECIAL - Vitor Netto

Entrevista - Manoela Miranda

Gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação

A coluna conversou com Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, organização não governamental, sobre o balanço de 2024 e as principais pautas para 2025 no setor.

Qual o balanço de 2024?

Tivemos alguns avanços. Na nossa visão, a aprovação do Novo Ensino Médio em julho foi um marco importante. Há outras medidas do Conselho Nacional de Educação que foram tomadas, como as diretrizes curriculares nacionais para que esse Novo Ensino Médio possa de fato começar a ser implementado em 2025. Tivemos alguns outros avanços, como por exemplo o início da discussão da Política Nacional de Primeira Infância, a atualização dos parâmetros de qualidade e equidade da educação infantil.

Sobre o Novo Ensino Médio, quais os principais pontos?

Essa nova lei preservou aspectos que são fundamentais da reforma inicial de 2017. Um deles foi a ampliação da carga da formação geral básica, junto com itinerários formativos. Uma outra parte é a preservação desses itinerários e a escolha do estudante, já que várias pesquisas mostram o desejo deles de seguir diferentes caminhos, e que agora existe uma definição de um aprofundamento. E vimos como muito positivo também a possibilidade de integração do ensino técnico profissionalizante no Ensino Médio.

Em 2024, o Todos produziu uma pesquisa e observou que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em cidades do RS está defasado. É algo local ou generalizado no país?

Vemos um cenário no Brasil como um todo com níveis de aprendizagem críticos. E vimos uma queda em muitos Estados e um cenário de estagnação nacional. Portanto, não é exclusivo do RS. Temos bons casos, que têm avançado, mas no geral é um contexto que nos dá um sinal amarelo para vermelho no que diz respeito à aprendizagem no Brasil.

Outra pesquisa apontou que poucas questões dos concursos para professores no Brasil avaliam o "saber ensinar". É algo a se ter atenção em 2025?

De fato esse estudo constatou que apenas 3% das questões dessas provas avaliam se o professor sabe como ensinar os conteúdos específicos sobre a disciplina e não sobre o saber ensinar. Portanto, para além dos concursos, eu colocaria uma luz na questão dos professores, na formação inicial, na formação continuada e na seleção desses profissionais.

Como avaliam a proibição do uso de celular em sala de aula?

Nos posicionamos positivamente com o avanço dessa medida. Por algumas razões: a primeira é que existem dados que mostram efeitos negativos do uso do celular para crianças e jovens. Evidências mostram que afeta a concentração e essas constantes notificações que ele recebe no seu dispositivo causam uma distração, que faz com que o aluno não se conecte com a sala de aula. Mas tem um segundo ponto, além do efeito na aprendizagem mesmo, que é uma influência grande num aspecto de convívio social.

Quais as pautas prioritárias para 2025?

Acho que uma grande pauta que nós temos acompanhado nos últimos anos é o Plano Nacional de Educação (PNE). O Congresso deverá debater e aprovar o novo Plano para a próxima década, até o final de 2025. O PNE é um instrumento fundamental que orienta as políticas públicas e educacionais do país e dá esse norte com metas, objetivos e estratégias. Então, o PNE certamente é algo que será o grande tema do ano.

E continua a discussão do Novo Ensino Médio?

As redes de ensino terão de fazer adaptações dos currículos e se organizar para ofertar o Novo Ensino Médio. Elas devem fazer essa adaptação no ano de 2025 para implementar plenamente no ano de 2026. 

Lula esteve em 13 países

O presidente Luís Inácio Lula da Silva visitou, durante 2024, 13 países. É o que aponta o balanço divulgado pelo governo federal. O número é bem menor do que o de nações visitadas em 2023, que foi de 24.

O total poderia ser maior, mas, diante do acidente doméstico no Palácio da Alvorada, que resultou em um corte na cabeça, Lula teve de cancelar viagens para Rússia, Azerbaijão e Peru. _

"Plano Nacional de Educação será o grande tema do ano"

Países

Bolívia

Chile

Colômbia

Egito

Estados Unidos

Etiópia

Guiana

Itália

México

Paraguai

São Vicente e Granadinas

Suíça

Uruguai

Ano-Novo em alto-mar rumo à Antártica

Os tripulantes a bordo do navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, que está percorrendo milhares de quilômetros em direção ao continente gelado na Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica, não deixaram o Ano-Novo passar em branco.

As comemorações ocorreram 12 horas antes do horário de Brasília, devido ao fuso da Austrália e do Japão.

- Nós tivemos uma ceia e depois música com nossos colegas de vários países - explicou o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jefferson Simões, que está liderando a expedição com pesquisadores de sete nacionalidades.

O professor comentou o entusiasmo dos chilenos e argentinos, que garantiram as comemorações até por volta de 3h da manhã.

O cardápio foi variado: salmão com caviar, promovida pelos tripulantes russos. Os gaúchos levaram castanhas de caju, banana seca e suco de uva. O vinho ficou por conta dos alemães. _

México na América do Norte

O México, que elegeu Claudia Sheinbaum presidente em 2024, pertence à América do Norte e não à América Central, como a coluna publicou na edição de terça e quarta-feira. _

Bodas de prata no poder

Vladimir Putin completou, na última terça-feira, 25 anos no poder na Rússia. Em 2024, o presidente foi reeleito e ficará no poder até 2030, quando completará 78 anos. _

INFORME ESPECIAL

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