01 DE OUTUBRO DE 2022
FLÁVIO TAVARES
O PODER DO VOTO
Às vésperas da eleição, é imprescindível falar do poder do voto. Não importa que a politicalha nos engane, e que demagogos se apossem dos partidos ou que os partidos se transformem em aglomerados de gente em busca de poder pessoal fingindo servir à sociedade inteira.
Nada disso destrói o poder do voto. É o voto real de 2 de outubro que definirá o que queremos (ou seremos) nos próximos quatro anos. Por isso, insisto que as pesquisas de intenção de voto pouco valem, sendo só um artifício para nos induzir a optar pelo eventual ganhador, como em aposta no hipódromo.
Agora, porém, há um fato novo, que jamais ocorreu numa eleição. Um dos candidatos, exatamente o atual presidente que busca a reeleição, põe em dúvida o sistema eleitoral e afirma que "se não for eleito, é porque houve fraude nas urnas eletrônicas". Dias atrás, em entrevista à TV Record, ao ser indagado se aceitaria o resultado se não for eleito no primeiro turno, Jair Bolsonaro respondeu: "Olha, vou esperar os resultados".
Assim deixou aberta a porta para o chamado "golpe institucional" sugerido por seus adeptos, integrantes do PL. O partido do presidente da República, sob pressão de Bolsonaro, agora divulgou documento acusando as urnas eletrônicas de "fraudulentas" sem apresentar prova nem indícios.
A acusação do partido presidencial passa a ter, assim, a característica de tumultuar a eleição, tal como interpretou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Vale indagar: por que o partido do presidente da República insiste em duvidar da lisura das urnas eletrônicas?
Na área estadual, o debate entre os candidatos a governador não apresentou dúvidas sobre a urna eletrônica. Foi, porém, um amontoado de generalidades, sem planos concretos. O único claro foi demonstrar que é irreal (ou falsa) a prosperidade obtida nos anos do governador que renunciou ao mandato e que, novamente, é candidato agora.
O derradeiro debate pela TV entre os candidatos presidenciais (transmitido pela RBS TV) foi, mais do que tudo, uma troca de acusações misturada com exibicionismo pessoal.
Apenas Ciro Gomes e Simone Tebet apresentaram propostas concretas de desenvolvimento econômico ou educacional, mas não fugiram à regra de desviar-se do tema sorteado e nada esclarecer sobre ele.
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