27 DE JULHO DE 2022
PÓS-GRADUAÇÃO
Alunos protestam contra fim de cursos
Estudantes protestaram na tarde de ontem na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) contra o fechamento de 12 dos 26 programas de pós-graduação (PPGs) da instituição. Cerca de 150 manifestantes se reuniram no acesso B do campus principal, em São Leopoldo, e seguiram em direção à reitoria. O ato foi chamado de "Luta pela Ciência e pela Pesquisa: PPGs ficam!".
Representantes dos alunos participaram de uma reunião com um dos integrantes da reitoria. Eles entregaram uma carta de reivindicações solicitando esclarecimentos quanto à extinção dos programas: atas das reuniões que resultaram na decisão, informações financeiras da Unisinos e também um melhor diálogo com o reitor da instituição, Sérgio Eduardo Mariucci.
"Reivindicamos a reversão imediata da decisão de descontinuidade dos 12 cursos de pós-graduação até diálogo firmado com representantes discentes, docentes e coordenações dos cursos", diz a nota.
Foram encerrados os programas de pós-graduação em Arquitetura, Biologia, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Comunicação, Economia, Enfermagem, Engenharia Mecânica, Geologia, História, Linguística Aplicada e Psicologia. Conforme a Unisinos, todas as atividades acadêmicas e bolsas serão mantidas até a data prevista da defesa de cada aluno, bem como o acesso às instalações dos laboratórios para as pesquisas dos mestrandos e doutorandos.
Um dos representantes dos alunos foi Antônio Marcos Silveira, mestrando do PPG de Ciências Contábeis. Ele diz que a decisão foi tomada de "forma autocrática":
- Ele (o reitor) não nos dá explicação transparente, simplesmente nos diz que é uma decisão tomada, uma estratégia da Unisinos. Eles alegam que o nosso programa (de pós-graduação em Ciências Contábeis) é deficitário, mas não é.
Os alunos pediram uma reunião com o reitor da Unisinos, que não estava presente no encontro. Foi acertado que a conversa ocorrerá, mas não foi definida uma data.
Irrevogável
O vice-reitor da Unisinos Artur Jacobus diz entender o protesto dos alunos, mas assegura que não há possibilidade de a decisão ser revista pela instituição. Segundo ele, a universidade não consegue "se sustentar" com a manutenção dos 26 PPGs porque as verbas repassadas pelo governo federal para as bolsas representam, em geral, menos de um terço do custo real da mensalidade.
- Programas de mestrado e doutorado são praticamente todos deficitários. Isso é em todas as instituições - explica, salientando que a Unisinos seguirá com 14 PPGs.
- Vamos continuar investindo em pesquisa, mas ela será do tamanho que a universidade pode fazer no momento - diz.
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