11 DE JULHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
O COMPROMISSO DOS PARTIDOS
O uso deliberado da desinformação, sobretudo no ambiente virtual, tem infelizmente se tornado um subterfúgio rotineiro nas eleições mais recentes. O clima tenso que antecede a disputa de 2022 no país permite antecipar que será árdua a tarefa de combater a disseminação de falsidades, usadas especialmente para atingir oponentes, mas também quem, mesmo sem razão, é considerado inimigo. Dentro desse contexto, é alentador que a Justiça Eleitoral gaúcha tenha obtido o comprometimento formal de todos os partidos com representantes na Assembleia Legislativa para que atuem de maneira proativa na prevenção à divulgação de distorções e invencionices, em particular as que atinjam a integridade do sistema eleitoral.
O termo batizado de Compromisso pela Democracia foi firmado entre o Comitê de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) e 12 representantes de siglas, na quinta-feira, e espera-se que outras legendas, mesmo sem cadeiras no parlamento, se somem ao pacto. Apesar da polarização nacional exacerbada, seria mais construtivo para a sociedade gaúcha se, no Estado, a campanha e o pleito transcorressem dentro da maior normalidade possível, com a discussão de propostas e projetos se sobressaindo a agressões e à proliferação de teorias sabidamente falsas.
Pelo termo, os partidos políticos concordam em atuar em sintonia com a Justiça Eleitoral. Isso significa, no caso específico, levar informações corretas sobre o sistema de votação para correligionários e cidadãos. Isso não exclui a prerrogativa de fiscalizarem todas as etapas do pleito, da preparação à contagem dos votos, como é corriqueiro e previsto na legislação. As amplas explicações já apresentadas pela Justiça Eleitoral, os testes de integridade realizados, os aperfeiçoamentos constantes e a inexistência de episódios de fraude em mais de duas décadas e meia atestam a confiabilidade e a segurança das urnas eletrônicas.
É tradição do Rio Grande do Sul ter disputas renhidas. A rivalidade na busca pelo voto, no entanto, deve se ater ao embate de ideias e, especialmente, a explicações sobre como serão executadas as propostas apresentadas, para que os cidadãos possam escolher de maneira soberana e consciente. A desinformação, ao contrário, é nociva à democracia por potencialmente levar a decisões baseadas em premissas falsas.
O Estado tem problemas reais à espera de solução. A prioridade deve ser o debate sobre os planos para melhorar a educação, a saúde, a recuperação das finanças públicas e a construção de infraestrutura adequada às necessidades locais, entre outros temas relevantes, para avançar na qualidade de vida da população e nas condições de desenvolvimento. Aguarda-se que as legendas e os candidatos compreendam a responsabilidade e, de fato, coloquem em prática o compromisso firmado com o TRE-RS.
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