18 DE JULHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
CULTURA EMPREENDEDORA
O Rio Grande do Sul é reconhecido pela cultura empreendedora. São diversos os exemplos, ao longo da história, de pequenos negócios que se transformaram em grandes conglomerados e mesmo em multinacionais. São a minoria, é verdade, os que atingem a casa das dezenas ou centenas de milhões de reais de faturamento. Mas são muitas as micro, pequenas e médias empresas que formam o sustentáculo da economia gaúcha, gerando milhares de empregos e renda para outros gaúchos.
Os números comprovam essa vocação do Estado. Publicada no ano passado, a terceira edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostrou que, em 2020, quando a pandemia afetou mais as atividades, a taxa de empreendedorismo do Rio Grande do Sul subiu para 36,5%, ante 26,3% em 2018. Ou seja, eram à época cerca de 2,7 milhões de pessoas abrindo ou tocando o próprio negócio. A GEM é uma parceria entre Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
Empreender é ter ideias, arriscar, inovar, superar desafios e obstáculos, oferecer novas soluções e produtos para o mercado. Às vezes é movido por necessidade, mas também são muitos os que identificam uma oportunidade, estabelecem-se e crescem. Algumas dessas trajetórias instigantes estão sendo mostradas na serie Empreendedorismo no RS, que teve a segunda reportagem publicada na superedição de Zero Hora, sobre a cervejaria Zagaia Brewery, de Itaara, na região central do Estado.
A primeira empresa que teve a sua história contada foi a Base - Agricultura de Precisão, de Silveira Martins, também na Região Central, voltada à área de análise do solo, um ramo essencial para elevar a produtividade das lavouras. Até o dia 10 de setembro, serão apresentados aos leitores 10 cases de negócios que, mesmo com um caminho ainda curto, amealharam inequívoco sucesso. Transformaram a vida não apenas de seus fundadores mas das comunidades onde estão, colaborando para o desenvolvimento local e servindo de inspiração.
Empreender pode ser excitante por ser o início da busca por tornar realidade um sonho, mas a realidade é que os desafios são muitos e, não raro, completamente inesperados. Como foi o caso da Zagaia Brewery, que precisou se transformar a partir da chegada da pandemia. Resiliência, entretanto, é a característica comum de quem prospera. Ter tino para negócios ou se preparar pode ser decisivo para o negócio não fenecer e progredir.
Mas muitas vezes não basta. Uma particularidade do Brasil, e o Rio Grande do Sul não é tão diferente, é ser hostil aos empreendedores pela elevada burocracia, pela carga fiscal pesada e pelo crédito caro. Existem progressos, como a Lei de Liberdade Econômica, mas ainda há o que avançar, como uma reforma tributária consistente, que simplifique o emaranhado de impostos. Se o país e seus entes federados seguirem nessa trilha de serem facilitadores, o empreendedorismo é capaz de ser um agente ainda mais potente para a consolidação de uma economia pujante, movida por milhares de empresários de todos os portes.
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