Pedro Westphalen volta ao trabalho
Com 28 quilos a menos do que tinha quando foi internado com covid-19, em julho, o deputado federal gaúcho Pedro Westphalen (PP) retorna ao trabalho hoje, ainda em modo remoto. Foram 56 dias de afastamento, com 30 dias de UTI, sendo uma semana entubado.
- Faço parte do grupo dos 20% que resistem à entubação. Tenho certeza de que devo isso à vacina - diz o deputado, que se contaminou mesmo tendo tomado as duas doses da AstraZeneca.
Médico, Westphalen saiu em em defesa da CoronaVac:
- Todas as vacinas funcionam. Minha mulher tomou a CoronaVac, ficou comigo na UTI e não se contaminou.
O pedido de tempo dos prefeitos foi substituído por uma emenda que garantiu a aprovação da privatização da Corsan pelo placar folgado de 33 votos a favor e 19 contrários na Assembleia Legislativa. Para aprovação eram necessários 28 votos, mas o governo conseguiu quórum de emenda constitucional, graças à reorganização da base política, no início do ano, e à mudança cultural da população e da Assembleia em relação às privatizações.
Quando os deputados acabaram com a exigência de plebiscito para vender Corsan, Procergs e Banrisul, estava aberto o caminho para a desestatização. A Corsan será vendida depois da CEEE e com o governo autorizado a passar adiante a Sulgás e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Restará o Banrisul, que o atual governo não privatizará por falta de tempo, mas dificilmente escapará no próximo, a menos que seja eleito um projeto radicalmente contrário à venda de estatais.
Para vender a Corsan, descumprindo uma promessa de campanha, o governador Eduardo Leite apresentou como fundamento o novo marco regulatório do saneamento, aprovado pelo Congresso na metade do seu mandato, e que estabelece a obrigatoriedade de levar água tratada a 99% da população e esgoto a 90% até 2033. O argumento é que a Corsan pública não teria como investir R$ 10 bilhões necessários em 12 anos.
- A população não quer ter uma empresa de saneamento. Ela quer saneamento - disse Leite, na entrevista em que agradeceu à coragem dos 33 deputados que ousaram desafiar "interesses corporativos legítimos".
O grande temor de prefeitos e de consumidores é que a tarifa de água se torne impagável, que a meta não seja cumprida ou que os pequenos municípios, onde o serviço é deficitário, sejam prejudicados. Leite e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, garantiram que não há risco de explosão da tarifa, por se tratar de atividade regulada.
Os novos donos da Corsan não poderão, simplesmente, adiar o cumprimento das metas ou decidir que a conta vai aumentar x%. Em relação aos pequenos municípios, a equação que vai garantir os serviços estará na formação dos blocos de saneamento, objeto de dois projetos que devem ser votados assim que se chegar a um mínimo de consenso sobre a forma como serão agrupados.
Para além do cumprimento das metas, o governo mira em dois pontos: a transformação do Estado em um canteiro de obras, com geração de empregos, e o dinheiro que entrará nos cofres públicos e que permitirá investimentos em outras áreas no último ano de mandato.
ALIÁS
Para o projeto político de Eduardo Leite, que disputa a indicação do PSDB para ser candidato a presidente da República, a autorização para a venda da Corsan é um sinal positivo ao mercado e aos setores que defendem um Estado mais enxuto, focado em áreas essenciais.
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