A mesma Braskem em Maceió e no RS
A mesma Braskem que minerou sal-gema em Maceió, atividade que originou risco de colapso em um bairro da capital alagoana, é dona da maior parte do polo petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Pode parecer estranho, mas fica mais fácil entender explicando que a extração é feita para usar o sal-gema como matéria-prima do cloro, um dos componentes do PVC, o policloreto de vinila usado para fazer de encanamento a esquadrias. Essa é a especialidade da Braskem: produzir diversas resinas plásticas para uma grande quantidade de aplicações.
A Braskem que esburacou o solo de Maceió é a mesma empresa que, no Estado, foi pioneira na produção de plástico com base renovável, o chamado "eteno verde", que faz embalagens a partir de etanol de cana-de-açúcar.
Em Maceió, antes desse momento dramático, milhares de famílias já haviam sido realocadas nos locais que antes eram foco da mineração de sal-gema pela Braskem. A companhia informou ja ter desembolsado R$ 9 bilhões com ações compensatórias para o afundamento do solo em Maceió e tem reservados mais R$ 5,6 bilhões para esses gastos, totalizando R$ 14,6 bilhões. O valor é quase 50% maior do que a oferta de compra feita pela Adnoc pela parte da atual controladora, a Novonor (ex-Odebrecht), de R$ 10,5 bilhões.
A gigante tem 41 unidades industriais, das quais 29 no Brasil, nos Estados de Alagoas - além de Maceió, tem operações na vizinha Marechal Deodoro -, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A companhia se define como "maior produtora de resinas termoplásticas das Américas". Fora do país, tem produção no México, nos Estados Unidos e na Alemanha. Até a emergência com o risco de colapso, estudava produzir propileno verde na Tailândia. Esse tipo de resina gera produtos plásticos mais resistentes, como baldes, móveis e até para-choques de automóveis. Todas as decisões são tomadas na sede, em São Paulo.
Comércio aceita fim de benefícios
Se para o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, há uma "escolha de Sofia" entre o aumento da alíquota modal de ICMS proposta pelo governador Eduardo Leite e o corte de incentivos, o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio), Luiz Carlos Bohn, tem preferência.
- Vamos encerrar os incentivos, então - afirmou, respondendo sobre qual seria a opção "menos ruim", mesmo com empresas dos segmentos de comércio e serviços contempladas.
Ao apresentar o balanço de 2023 e as projeções para 2024 da entidade que preside, Bohn, afirmou:
- Não podemos aceitar majoração desse tamanho por conta de uma reforma tributária que só começará a ter efeito em 2029.
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