O abraço do Carpi
Fabrício Carpinejar (foto), meu amigo e colega de ZH, tem um hábito, digamos, inusitado: abraçar todo mundo que vê pela frente. E não é qualquer abraço, não. Ele "imobiliza" a "vítima" e fica lá, uns cinco minutos com os braços em volta dela.
Certo dia, em uma cobertura difícil sobre a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, ele me viu, caminhou resoluto em minha direção e tascou um desses. E foram bem mais do que cinco minutos.
Antes que alguém saia gritando "assédio!", já vou logo dizendo: nada disso. Carpinejar abraça todo mundo mesmo. Cachorro, gato, homem, mulher, crianças, senhoras recatadas, velhotes ranzinzas e até policiais militares - que, em maio, retribuíram o gesto e ainda receberam rosas do escritor. Um gentleman.
Carpi tem a teoria de que abraçar salva. "Faz bem à alma", diz ele. Não pude deixar de pensar nessa máxima quando conversamos sobre seu novo livro - que já está entre os mais vendidos do Brasil, antes mesmo de chegar às livrarias (sim, o homem é um fenômeno!), e agora tem data de lançamento marcada (abaixo).
Manual do Luto é isso: um abraço longo e apertado.
- Só quem já perdeu alguém sabe o que é isso. Existem muitas mentiras sobre o luto. As pessoas acham que em um mês você tem de estar bem, que vai passar. Existe até um preconceito, um cansaço contra quem não aceita isso, mas cada um tem o seu tempo - reflete Carpinejar, que já escreveu sobre o tema em Depois é Nunca, com 60 mil exemplares vendidos.
Na escrita do poeta, os braços ganham a forma de palavras de afeto. Talvez por isso ele faça tanto sucesso.
Na periferia
Último conferencista do Fronteiras do Pensamento 2023, o britânico David Wengrow (foto) fará uma visita à periferia da Capital na próxima quinta-feira. O arqueólogo participará de uma roda de conversa do 2º Congresso Popular de Educação para a Cidadania. Será às 9h30min, na Escola Municipal Marcirio Goulart Loureiro, no bairro Partenon. O badalado intelectual vai ouvir participantes do evento, que ficou conhecido por promover debates voltados a uma cidade mais inclusiva, criativa e sustentável.
Do Fantaspoa para o mundo
O diretor do Fantaspoa, João Pedro Fleck (foto), foi convidado a compor o júri oficial de dois grandes festivais internacionais. Ele acaba de participar da Fantastic Fest, em Austin, maior encontro de cinema fantástico dos EUA e, em novembro, estará no 38º Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, na Argentina. A ideia é aproveitar para buscar filmes para a edição de 20 anos - em 2024 - do festival porto-alegrense, um dos principais do gênero na América Latina.
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