Do "Berceuse" às "Cantigas Brasileiras"
Há 50 anos, o maestro Alfred Hülsberg, com a Ospa, estreava na Catedral de Rio Branco, no Acre, as suas Cantigas Brasileiras, "num acontecimento jamais visto" - conforme matéria publicada no jornal O Rio Branco, com foto do regente estampada na capa. A peça de autoria do maestro Hülsberg foi escrita em maio de 1970 e concluída para execução orquestral em agosto de 1973.
Lê-se no cabeçalho da partitura uma dedicatória a todas as crianças de zero a cem anos e ao amigo Salvador Campanella, logicamente endereçada às filhas dos dois maestros: Gabriela Victória Hülsberg e Lana Campanella.
A amizade de ambos devia- se em parte a uma paixão em comum chamada Grêmio, ao qual deram suas contribuições musicais na criação do arranjo do hino composto por Lupicínio Rodrigues, arregimentados por um devoto conselheiro do imortal tricolor: o jornalista e compositor Hamilton Chaves, parceiro musical do maestro Hülsberg e do próprio Lupicínio.
Em 2006, passados cinco anos do falecimento do maestro Alfred Hülsberg, o maestro gaúcho Leo Fuhr, com bacharelado em Música pela UFRGS e pós-graduado na mesma cadeira na Webster University, em Saint Louis, Misssouri, onde estudou com Allan Larson, debruçou-se com particular empenho ao estudo e ao restauro dos originais de Hülsberg. Ele ateve-se a horas de audição das antigas gravações feitas em fitas-rolo (1/4 de pistas) com ex-colegas da Ospinha, das quais havia participado como aluno de oboé do autor.
Nessa época, o maestro Leo Fuhr ocupava o cargo de regente e diretor artístico da extinta Orquestra Sinfônica do Sesc, na qual coordenou e executou o projeto de gravação de um CD intitulado Música do Rio Grande do Sul, em que foram contemplados importantes autores gaúchos, tais como Radamés Gnatalli, Tasso Bangel, Carlos Garoffali e Alfred Hülsberg com as Cantigas Brasileiras.
O álbum foi gravado ao vivo durante concerto na Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Porto Alegre, e resultou em um trabalho de excelência, com assessoria de profissionais competentes como Marcos Abreu e Oliver Weber (in memoriam).
Nascido em Hamburgo, na Alemanha, em junho de 1927, o maestro Alfred Hülsberg estaria completando 96 anos hoje.
Criado em um ambiente no qual se respirava as melodias do genial Johannes Brahms - entre elas o conhecido Berceuse, Acalanto ou Lullaby, escrita para sua amiga Bertha Faber -, não será difícil deduzir que o menino Alfred Hans Otto Hülsberg, que aos 10 anos escrevia Motetes e com essa idade já recebera uma menção honrosa em sua cidade natal por uma peça composta para instrumentos infantis, viesse mais tarde, ao chegar ao Brasil, em 1954, dar à música brasileira e gaúcha uma das mais valiosas contribuições.
Transformar uma melodia simples em obra-prima por meio de seu conhecimento e domínio do material sinfônico faz dele um orquestrador "fantástico", conforme as palavras de Salvador Campanella, em entrevista à Rádio Farroupilha.
Hülsberg é considerado um precursor na fusão da música regional gaúcha e brasileira em geral com a música erudita e na concepção sinfônica.
Alguns exemplos são a Missa Nativa, com a compositora Marlene Pastro; as trilhas sonoras para os filmes de José Mendes e Paulo José e a Rapsódia Nazaretheana, resgatada pelo maestro Manfredo Schmiedt e largamente divulgada por Olinda Alessandrini, além do mundialmente conhecido maestro Linus Lerner em seus concertos.
Em 9 de fevereiro deste ano, o maestro Leo Fuhr disponibilizou no YouTube dois vídeos contendo os áudios do álbum Música do Rio Grande do Sul, lançado em julho de 2007, em magno concerto no Teatro São Pedro. O primeiro traz o CD completo. O segundo apresenta somente as cantigas brasileiras, com variações sobre conhecidas cantos de roda, folguedos, além de uma alusão às danças gaúchas (chula) e um magnífico arranjo para o clássico Negrinho do Pastoreio, de Barbosa Lessa.
"Foi uma honra ter estudado a obra de Alfred Hülsberg ", disse o maestro Leo Fuhr.
Uma bonita homenagem aos 50 anos das Cantigas e aos 96 anos do maestro.
Colaboração de Anita Cristina Hülsberg de Almeida (neta do maestro)
Hoje na história
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, a Alemanha invade a União Soviética no âmbito da Operação Barbarossa.
Em 1986, Diego Maradona faz o famoso gol "Mão de Deus", marcado nas quartas de final da partida da Copa do Mundo Fifa entre Argentina e Inglaterra.
Em 1978, o primeiro satélite de Plutão é descoberto por James Walter Christy e Robert Harrington, no Observatório Naval dos EUA.
Conflitos
Pedro Oliveira
Na luta entre o bem e o mal,
é sempre o povo que perde.
Vencedores e vencidos
pertencem à mesma laia
e, no fim, morrem na praia.
Na vida, como na guerra,
perdem só os que obedecem;
se morrerem os que mandam,
em seguida a guerra cessa.
Piada
Joãozinho vê sua mãe preparando muitas guloseimas e diz: - Quantas coisas gostosas, vou querer comer tudo hoje. A mulher olha o filho com um semblante de reprovação e diz: -Mas filho, você não pode comer tudo de uma vez só, vai acabar passando mal. - Então, quando eu crescer, vou fazer cirurgia no estômago. - Redução de estômago? E o menino responde: - Não, quero ter dois estômagos!
hoje é
Dia Mundial do Fusca, Dia do Aeroviário, Dia do Orquidófilo
santos do dia
Albano, João Fisher, Paulino de Nola, Tomás More
Há 30 anos
Terça-feira, 22 de junho de 1993
O ministro da Fazenda deverá anunciar a segunda parte do plano econômico para enfrentar a inflação dentro de três meses. Ontem, o governo rejeitou a proposta de reajuste mensal dos salários. Em contrapartida, Fernando Henrique Cardoso defende a livre negociação.
Há 40 anos
Quarta-feira, 22 de junho de 1983
Contando com o heroísmo e a vontade de seus jogadores, o Grêmio venceu ontem o Estudiantes de La Plata, pela Libertadores da América. Osvaldo abriu o marcador aos cinco minutos de jogo, Gurrieri empatou pouco depois e Tarciso fez o gol da vitória.
Há 50 anos
Sexta-feira, 22 de junho de 1973
Dois acidentes na estrada que liga São Paulo à capital fluminense deixaram 16 mortos ontem. O primeiro ocorreu na divisa dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro e envolveu 14 carros. A Polícia Rodoviária indicou a forte cerração como principal causa dos acidentes na via.
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