Cinco pessoas somem por dia em Porto Alegre
Porto Alegre registrou este ano mais de cinco desaparecimentos de pessoas por dia. Foram 807 casos, envolvendo tanto adultos (464), quanto crianças (343), entre janeiro e maio. No mesmo período, foram localizadas 772 pessoas.
O trabalho policial especializado na localização de indivíduos envolve um conjunto específico de técnicas de investigação e também resulta na descoberta de episódios de cárcere privado e até de homicídios que, antes, eram considerados casos de desaparecimento.
- A investigação que começa pelo registro de desaparecimento funciona como um filtro que separa situações de pessoas que se perderam ou resolveram mudar de convívio ou que podem ter sido vítimas de crimes graves - aponta o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mário Souza.
Criada em Porto Alegre em 2 de março 2021, a Delegacia de Polícia de Investigação de Pessoas Desaparecidas, que está vinculada ao Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), pretende ampliar sua estrutura e capacidade de atuação. Souza diz que há espaço para qualificação da produtividade e afirma que está sob análise o aumento de efetivo e equipamentos, principalmente viaturas.
- Podemos constituir uma máquina de localizar pessoas e processar com mais agilidade os registros que chegam diariamente. Mais que isso, seremos cada vez mais eficientes como uma barreira de investigação, para que nenhum homicídio escape ao olhar da polícia - define o delegado.
Subnotificação
Souza explica que pode haver variação na contagem entre sumidos e achados, entre meses e anos, porque parte das pessoas desaparecidas em determinado período acaba sendo localizada em outro.
Também alerta que ocorrem localizações realizadas pelos próprios familiares e, muitas vezes, esses encontros não são comunicado às autoridades, resultando em subnotificação. Souza alerta que o registro é preponderante para a conclusão das investigações.
LUIZ DIBE
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