NO QUE VOCÊ SE AGARRA QUANDO O MUNDO DESMORONA?
Estudos demonstram que não somos treinados para lidar com crises. E isso, por paradoxal que pareça, aplica-se, inclusive, àqueles cujas profissões se caracterizam pelo risco.
Bombeiros, por exemplo, por maior que seja o treinamento para lidar com grandes incêndios florestais, em situações de crise quase nunca conseguem renunciar a pesados e dispensáveis equipamentos, cujo peso pode lhes custar a vida.
A imagem de não conseguir dispensar o equipamento de trabalho ganha relevo ainda mais dramático quanto assistimos ao famoso equilibrista Kar Wallenda, em uma fatal queda de 35 metros: ao perceber a perda do equilíbrio, ele tragicamente se agarra ao bastão de trabalho, em vez de se socorrer com a corda, que poderia ter lhe salvado a vida.
Riscos, porém, não são privilégio apenas de bombeiros e equilibristas. Empresariar, de um modo geral, mas em especial no Brasil, é atividade desse condão, outorgando sobrevivência digna apenas a alguns poucos. Por isso, cabe-nos sempre perguntar: em momentos de crise, no que se agarrar?
Já vi empresários que não conseguiram renunciar a altos pró-labores, adequados aos seus custos pessoais, mas não à realidade da empresa. Ou que não conseguiram realizar demissões necessárias, sem perceber que com isso prejudicavam justamente os empregados que, através de um processo de reestruturação empresarial, poderiam ter seus empregos salvos.
Eu também já vi empresários que, por conta da baixa autoestima (quiçá alta vaidade), pagaram caro por tentar esconder uma crise que já estava escancarada ao mercado, quase como a orquestra do Titanic, que nunca parou de tocar.
A crise, portanto, permeia nossas as vidas empresariais, assim como as pessoais.
E, se por um lado não fomos treinados para crises, por outro, na remota eventualidade de termos sido, não necessariamente teremos as condições de proceder adequadamente quando as circunstâncias o exigirem.
Por isso, pergunto: em qual bastão você se agarraria, se estivesse na iminência de uma queda livre de 35 metros?
Nenhum comentário:
Postar um comentário