15 DE JUNHO DE 2023
ARTIGOS
UM IPE SAÚDE POSSÍVEL E SUSTENTÁVEL
Com mais de um milhão de usuários em todo o Rio Grande do Sul, o IPE Saúde é muito mais do que um plano: é um dos pilares da assistência médica e hospitalar dos gaúchos. E, para que siga existindo e cumpra sua função com excelência, ele depende de reformas estruturais que conciliem sustentabilidade financeira e justa valorização dos médicos credenciados.
Infelizmente, a realidade posta está longe desse cenário - o que coloca em risco todo o sistema. Há mais de uma década, não há reajustes de remuneração por consultas e procedimentos. Muitos valores chegam a ser irrisórios, completamente desalinhados à conjuntura do mercado: paga-se R$ 25 brutos por uma visita hospitalar a paciente internado e pouco mais de R$ 300 para um procedimento complexo como um parto.
Está na pauta da Assembleia Legislativa um plano de reestruturação do IPE Saúde. Enviado pelo governo do Estado, o projeto traz avanços para modernização, melhor gerenciamento e mais eficiência administrativa ao IPE. No entanto, mesmo que parte do melhor resultado financeiro decorrente do novo modelo proposto seja direcionada à recomposição dos honorários médicos, isso será insuficiente.
É fundamental que a sociedade gaúcha - em especial os servidores públicos estaduais - entenda a importância da aprovação de emendas ao projeto de lei que garantam maior liberdade na relação médico-paciente. E que, também, deem espaço para coparticipações em consultas e procedimentos. São pontos centrais para uma maior possibilidade de escolha de médicos pelos usuários do IPE e, principalmente, a manutenção de profissionais vinculados ao plano.
Não existe IPE sem médicos. Por isso, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) tem liderado, em conjunto com as demais entidades médicas estaduais, esse grande movimento de mobilização. Se as emendas não forem aprovadas, os gaúchos correm o risco de desassistência, com impactos que se estenderiam aos sistemas de saúde suplementar e público. O futuro do IPE e da assistência em saúde de milhões de pessoas depende de uma visão responsável - que talvez não seja a ideal, mas sim a possível e a mais sustentável.
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