sexta-feira, 4 de outubro de 2019


04 DE OUTUBRO DE 2019
CAMPO ABERTO

Livres de gaiolas



Com 60% das galinhas poedeiras já criadas livres, a Ovos Filippsen, de Morro Reuter, no Vale do Sinos, é a primeira granja gaúcha comprometida a eliminar totalmente a produção com gaiolas até 2028. O acordo será formalizado hoje com a Animal Equality, organização internacional de proteção animal.

- Queremos firmar compromisso com o consumidor, mostrar que estamos trabalhando com o pensamento que vem há muito tempo de países da Europa - explica Raul Filippsen, diretor de produção da empresa, que aloja aproximadamente 250 mil aves e fornece para cerca de mil pontos de venda na Região Sul.

A eliminação gradual das gaiolas busca atender à demanda dos consumidores de conhecer a origem dos alimentos e de se preocupar com o bem-estar animal. Empresas como Carrefour, Zaffari, Walmart e Bauducco, por exemplo, se comprometeram a banir as gaiolas de suas cadeias de fornecedores na próxima década.

- Estudos mostram que as galinhas são criaturas sociais, sensíveis e muito inteligentes. No entanto, são forçadas a viver espremidas junto a outras aves em gaiolas, sem espaço para andar, ciscar, tomar banho de areia ou abrir suas asas - ressalta Taís Toledo, gerente de responsabilidade social corporativa da Animal Equality Brasil.

Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), do total de ovos produzidos no Brasil, de 2% a 3% resultam de criações livres. Para o diretor-executivo da entidade, José Eduardo dos Santos, ainda é cedo para afirmar que o país eliminará por completo a utilização de gaiolas. Um dos obstáculos é o custo de produção mais alto em comparação ao modelo convencional de criação:

- O bem-estar animal tem de estar presente em todos os sistemas de produção, seja em gaiola, livre ou orgânico.

JOANA COLUSSI - INTERINA

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