29 DE OUTUBRO DE 2019
FUNCIONALISMO
Desafio é repor com mesma qualificação
Vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o desembargador Túlio Martins afirma que será complicado preencher as vagas.
- É um prejuízo enorme para o poder público. Será uma reposição difícil e cara, porque essas pessoas continuarão ganhando a mesma coisa como aposentadas. Além disso, é uma mão de obra extremamente qualificada, que teve investimento pesado do Estado e que está sendo entregue pronta para a iniciativa privada - lamenta Martins.
À frente da Secretaria de Planejamento, Leany Lemos tem dito que a corrida por aposentadorias já era esperada - os números costumam aumentar sempre que há reformas ou mudanças nas carreiras, como propõe o governo Eduardo Leite. Ela reconhece dificuldades para preencher as lacunas:
- O Estado precisa se adaptar a essa situação, pois não há espaço para repor quadros diante da situação financeira que vivemos.
Professora do curso de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFRGS, a socióloga Marília Patta Ramos lembra que a burocracia qualificada, de alto escalão, é fundamental para o desenvolvimento de Estados e Nações.
- Muitos técnicos têm expertise que não se adquire do dia para a noite. São pessoas cruciais para elaboração, monitoramento e avaliação de políticas públicas. Até o momento, o governo não apresentou medidas claras de gestão que assegurem a mesma produtividade com um contingente menor de pessoas - avalia Marília.
Conforme Leany, a secretaria "vem atuando em várias frentes para que o Estado tenha uma política efetiva de gestão de pessoas" e prepara "amplo projeto" com apoio do terceiro setor, a ser lançado em 2020. Entre as iniciativas que já estão em andamento, a secretária destaca a reestruturação da Escola de Governo com foco na qualificação de servidores, a parceria com a Fundação Dom Cabral para a formação de lideranças e o programa Qualifica RS, voltado à seleção de pessoas para cargos estratégicos.
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