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sábado, 3 de setembro de 2011
03 de setembro de 2011 | N° 16814
PAULO SANT’ANA | ALEXANDRE BACH - Interino
A República do Pampa
A vitória que a valentia farrapa não conquistou está próxima de ser alcançada neste 20 de setembro, graças à incompetência dos governantes. Mais um pouco e nossos homens públicos vão realizar o tão almejado sonho gaúcho: nos separar totalmente do Brasil e do mundo.
Seremos uma nação única. Muita gente morreu tentando isso lá entre 1835 e 1845. Hoje, basta meia dúzia de decisões tomadas, ou não tomadas, para se chegar ao objetivo. Registre-se, a bem da verdade, que com uma diferença. Os farrapos queriam uma República independente.
Os mandatários atuais querem nos atirar ao isolamento, ao abandono. E estou falando de uma separação física mesmo. Seremos uma ilha do atraso cercada de progressos por todos os lados.
O viajante que tenta sair ou chegar a Porto Alegre pelo ar, por exemplo, enfrenta dificuldades.
Precisa viajar até a Capital num avião pequeno, já que a pista do Salgado Filho não comporta operação de aeronaves grandes, como o elegante Boeing 747. Também precisa ficar de olho no tempo, já que em manhã de muita neblina ou dia de muita chuva o aeroporto fecha, por falta de um equipamento básico para ajudar os pilotos.
E a essas dificuldades se somaram outras na semana que passou. Numa inacreditável ação da Infraero, todo o comércio do aeroporto está sendo fechado. O visitante que conseguir aterrissar aqui ficará sem tomar um simples café ou comprar jornal no nosso moderno terminal. Deve ser o aeroporto mais deserto do mundo.
O viajante que tenta sair ou chegar por água igualmente enfrenta dificuldades.
Embora todas as grandes cidades do mundo situadas à beira de mananciais de água utilizem seus leitos como corredores, a proposta morre afogada aqui. O projeto da travessia Porto Alegre-Guaíba mais uma vez não consegue sair do papel, embora exista uma empresa interessada em explorar a linha.
O assunto é discutido há décadas, mas o poder público não consegue construir uma estação de passageiros em cada um dos lados, muito menos espalhar meia dúzia de boias no Guaíba pros comandantes não perderem o rumo.
O viajante que tenta sair ou chegar por terra, mais uma vez, enfrenta dificuldades.
Tem que ficar numa fila, aguardando que uma ponte que já está no prego suba para passar uma embarcação. E tem que ficar na torcida para que ela não emperre lá em cima, interrompendo o fluxo de veículos para a zona sul do Estado. Também é assunto velho a duplicação da Ponte do Guaíba, que já foi atropelada inúmeras vezes.
Esta semana, a Concepa manteve sua proposta: duplica a ponte em troca de mais tempo na concessão para explorar pedágios na BR-290. E o governo federal, que não tem dinheiro para bancar a obra, não toma uma decisão. Prefere ficar na cansadíssima discussão ideológica da luta entre o público e o privado, que cada vez mais se firma como o debate que vai do nada ao lugar nenhum. Não troteia, mas também não sai da estrada.
Cada vez mais isolado do mundo (ainda nos resta a internet para não perdermos totalmente contato com a civilização), me lembrei do que disse sobre os políticos o magistral Winston Churchill, este, sim, um grande motor de verdadeiras revoluções. “Eles têm a capacidade para prever o que vai acontecer amanhã, na próxima semana e no ano que vem.
E a habilidade para explicar depois por que nada daquilo ocorreu”.
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