quarta-feira, 1 de junho de 2011



01 de junho de 2011 | N° 16717
PAULO SANT’ANA


O quinto gênio

Vendo o show espetacular do Barcelona contra o Manchester United, fiquei imaginando o que diz o treinador Josep Guardiola para os jogadores do Barcelona:

– Tenham em mente uma só coisa: se nós ficarmos trocando passes exatos, se não errarmos nenhum passe, mesmo que tenhamos de andar para trás, fatalmente a bola acabará nas redes adversárias.

Foi isso que aconteceu no jogo. Como diz o Nílson Souza, é o joguinho do bobo, aquele do jogador que fica no meio de uma roda que troca passes.

Ou seja, o bobo não poderá tocar nunca na bola, se evitar que o bobo toque, o Barcelona fará o gol.

Então, esse é o segredo básico do atual Barcelona. Mas o time tem mais segredos.

Há, por exemplo, dois subsegredos no Barcelona: Xavi e Iniesta, extraordinários craques de futebol.

No entanto, além de trocar passes com paciência de Barrabás debaixo da terra, o Barcelona tem um rútilo segredo para mostrar ao mundo: Messi.

Eu sempre digo que, para mim, só houve quatro gênios no futebol de todos os tempos: Pelé, Garrincha, Maradona e Puskas.

Gênio, para mim, é o jogador que realiza prodígios, isto é, faz jogadas que o público e os observadores tanto não esperavam que ele fizesse quanto, depois que ele as faz, quase não dá para acreditar que as tenha feito.

Escrevo isso para dizer que estou tentado a inscrever na minha lista de gênios o quinto gênio da minha lista, o Messi.

Ele é dono de uma esquiva, de dribles seriais e de um chute final milagrosos. É meu quinto gênio.

E o danado do Messi, imaginem, tem apenas 23 anos de idade. Quando chegar aos 28 anos de idade, o apogeu dos craques, o que ele realizará?

Saiam da frente.

Depois que larguei o jornalismo esportivo, ao qual volto vez que outra, como hoje, modéstia à parte não apareceu ninguém como eu para pressionar dirigentes a fazerem contratações.

Mas agora está querendo aparecer: o Wianey Carlet.

O Wianey, quando declarou para espanto de todos os seus leitores que o Grêmio era melhor do que o Inter, já estava atingindo um fim subjetivo que tornou precípuo dias mais tarde: tanto forçar a que os dirigentes colorados contratem novos valores para reforçar o time e também absolver o Falcão de qualquer fracasso.

Chega a ser comovente a defesa de Falcão que o Wianey vem fazendo. Logo ele, que nos últimos anos foi o cronista esportivo que mais tentou – e às vezes conseguiu – derrubar treinadores colorados.

Mas para o Wianey, na sua nova estratégia, o Renato tem em mãos um time melhor do que o do Inter, o que é um gigantesco absurdo – e o Falcão tem nas mãos um time pior que o do Grêmio, como se isso pudesse existir.

Eu gosto muito e me divirto com os esforços retóricos do Wianey.

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