Entrelacos

01 de junho de 2011 | N° 16717
AVALIAÇÃO DE PROFESSOR

Na Coreia, o professor pode até perder o empregoO modelo de educação coreano, conhecido esta semana pelo governador Tarso Genro, incluiu, a partir de 2009, um projeto de avaliação do magistério que premia os melhores colocados e pune os profissionais reincidentes nas últimas posições até com a demissão.

Por meio de questionários respondidos pela comunidade escolar, os educadores mais brilhantes recebem o direito de deixar a sala de aula por um ano para realizar estudos, pesquisas e viagens para cursos. Quem fica entre os 0,1% piores é encaminhado para aprimoramento – mas, se repetir o desempenho por três anos, fica sujeito a perder o emprego.

– Os bons professores estão na educação básica e são permanentemente avaliados. Têm benefícios quando fazem pesquisa, participam de grupos de trabalho ou por desempenho. A cultura é voltada para a educação – observa o doutor em educação José Paulo da Rosa.

Confira um resumo das políticas coreanas para o magistério.

O que o governador foi ver
RECRUTAMENTO

Confira as principais políticas públicas voltadas para o magistério na Coreia do Sul:

- As universidades costumam selecionar os 5% dos estudantes com melhor desempenho no Ensino Médio para se transformarem em professores do nível Fundamental.

- Na universidade, fazem quatro anos de curso em turno integral, com estágios supervisionados por tutores. Após a formatura, seguem para o mestrado.

- Os professores do ensino público são selecionados por meio de um rigoroso processo. Um exame é aplicado para avaliar a área de conhecimento e elementos de pedagogia. Também são levadas em consideração a prática de sala de aula e uma entrevista.

FORMAÇÃO CONTINUADA

Os professores contratados seguem algum dos programas de treinamento:
- Novos professores.

- Treinamento de qualificação para postos considerados mais importantes (como professor de 1ª série), cargos específicos (como conselheiros).

- Treinamento geral para aprimoramento de conhecimento e habilidades.

- Há 14 institutos governamentais, 72 afiliados a universidades, 16 provinciais, 61 de educação a distância e cerca de 1,2 particulares destinados a treinar educadores.
REMUNERAÇÃO

- Os professores ganham até US$ 60 mil anuais, em média.

- Professores com idêntica qualificação e carreira recebem o mesmo salário, independentemente de outros parâmetros como nível educacional ou horas de trabalho.

- As promoções são decididas com base em tempo de serviço, avaliação feita por diretores e vice-diretores, resultados nos programas de treinamento e créditos extras, como pesquisa ou trabalho em escolas especiais.

AVALIAÇÃO

- Todos os professores são avaliados em 18 categorias, como capacidade de lecionar e orientar alunos, por meio de questionários preenchidos por diretores, colegas e famílias de estudantes.

- O resultado não é determinante para o pagamento de bônus ou salário, mas aqueles colocados entre os 0,1% melhor colocados recebem benefícios como a possibilidade de um ano fora de sala de aula para estudos e pesquisas.

- Aqueles ranqueados entre os 0,1% piores são encaminhados para cursos de requalificação a fim de aprimorar suas habilidades e conhecimento. Porém, três anos entre os últimos pode levar à demissão do educador.

- Além da avaliação dos professores, o desempenho da escola também é monitorado por conselhos escolares formados por pais e membros da comunidade sem vinculação partidária. Quando os resultados não são bons, o conselho tem autonomia para substituir o diretor.

Fonte: Fontes: estudo Políticas para os Professores na Coreia, do Banco Mundial, doutor em Educação José Paulo da Rosa e The Korea Times