terça-feira, 17 de março de 2009



17 de março de 2009
N° 15910 - PAULO SANT’ANA


Consórcios de saúde

Agora vi que os norte-americanos são mesmo um povo racista: entregaram o maior pepino dos últimos 80 anos para um negro descascar.

Abaixo, um exemplo de como as comunidades do Interior podem se organizar e constituir centros regionais de atendimento de saúde, dispensando assim a vinda dos pacientes para Porto Alegre.

Na coluna de ontem, eu já tinha afirmado que o certo é construírem-se polos regionais de atendimento.

Apenas sugeri a construção de albergues enquanto não se aparelha o Interior para atender seus próprios pacientes.

Pelo que está escrito abaixo, a solução da saúde pública gaúcha está neste modelo citado, sob todos os aspectos exitoso, com sede em Ijuí.

“Ao amigo Paulo Sant’Ana. Lendo tua coluna no dia de hoje, onde o amigo propõe para as prefeituras a construção de albergues em Porto Alegre, tomei a liberdade de enviar esta carta tecendo minha discordância com a proposta, pois desta forma iríamos estimular a centralização dos serviços especializados na Região Metropolitana.

O que deve ser estimulado e feito é o fortalecimento dos consórcios de saúde, eles facilitam o acesso aos serviços mais complexos em locais onde eles não existem, de uma forma organizada, como ocorre na região de Ijuí. Há 12 anos, nós criamos o Cisa (Consórcio Intermunicipal de Saúde), que começou com 12 municípios e hoje conta com mais de 36, e oferece desde consultas de oftalmologista, urologista, traumatologista, indo até exames como ressonância magnética, tomografia, entre tantos outros necessários para um bom diagnóstico e um tratamento adequado.

E, o melhor, aqui mesmo na região. E, além disto, dispõe de um pregão eletrônico de medicamentos que barateia em mais de 60% as compras de medicamentos para os municípios.

Sem esquecer da referência que temos na região que é o Hospital de Caridade de Ijuí. Este hospital tem serviço de hemodiálise, cirurgia vascular, de oncologia (tratamento do câncer) completo, que vai desde quimioterapia até braquiterapia e radioterapia, e atende mais de cem municípios, faz transplante de córnea, rim, e agora está colocando à disposição do SUS o serviço de cardiologia, que vai ter desde cirurgia cardíaca, hemodinâmica e colocação de marca-passo, o serviço já está funcionando, esperando apenas o credenciamento do SUS e vai atender uma região de mais de 1 milhão de pessoas.

Então, amigo Paulo Sant’Ana, temos, sim, alternativas viáveis para evitar as ambulancioterapias e também, agora, a inovação mais recente, a onibusterapia. A alternativa é o fortalecimento dos consórcios de saúde. Isto deve ser reconhecido pelos gestores municipais, que, em vez de comprar ambulâncias e ônibus, devem se unir e criar serviços regionais.

Mas parece ser mais fácil contratar motoristas e comprar veículos do que se organizar e facilitar o acesso de suas comunidades aos serviços de maior complexidade. Um abraço e muita saúde e sucesso (ass.) Erlon Beck, delegado regional da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde de Ijuí”.

Nenhum comentário: