Ele viu o que muitos ainda não veem
Um dos nossos grandes pintores, Iberê Camargo foi, também, um homem apaixonado pela natureza - e um defensor fervoroso do meio ambiente. Agora, a fundação que leva seu nome vai receber especialistas para debater as mudanças climáticas e a busca pelo que se poderia chamar de uma nova consciência ecológica.
Nada mais atual. Nada mais Iberê.
Morto em 1994, aos 79 anos, ele nunca se definiu como "ativista ambiental", mas foi mais do que isso.
Ao longo da vida, percorreu o interior do Rio Grande para retratar paisagens com sensibilidade única (veja a foto acima, de 1934, em Jaguari, e as obras ao lado). Em palavras, ele também deixou registrada a preocupação com o futuro do planeta: "Me sinto na obrigação de dizer um basta a este extermínio da natureza", escreveu ele, certa vez, "não por mim, mas pelas novas gerações que virão".
O artista viu o que muita gente ainda não vê.
Para debater o assunto, a Fundação Iberê vai sediar, no próximo sábado, das 14h às 18h, um evento gratuito e aberto ao público com nomes de destaque da área - entre eles, Lara Lutzenberger, bióloga, filha do ambientalista José Lutzenberger e líder da Fundação Gaia, e Rualdo Menegat, geólogo à frente do Atlas de Porto Alegre.
O debate será um desdobramento da exposição Iberê Camargo: Vivo como as Árvores, de Pé, em cartaz no local até 18 de fevereiro, com 146 trabalhos - entre eles, três guaches da série Ecológica (Agrotóxicos), sobre os riscos do uso indevido de pesticidas.
Como dizia o pintor, "vivemos num universo que é o resto de uma grande fogueira, e as estrelas são suas últimas brasas". Não dá mais para fingir que nada está acontecendo.
A ecologia em Iberê
"O homem é o único animal que destrói sua casa, sem pensar na continuidade da prole. Em nome do consumismo desvairado, o inconsciente coletivo da humanidade encaminha o mundo para o apocalipse."
"Falo apenas em nome da vida. Neste momento, o mais importante é ser claro, mesmo que repetitivo, para ser compreendido por todos."
"Antes de tudo sou um pintor (...) Hoje, porém, me sinto na obrigação de dizer um basta a este extermínio da natureza. Não por mim, mas pelas novas gerações que virão."
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