Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 7 de março de 2009
08 de março de 2009
N° 15901 - MOACYR SCLIAR
Grandes mulheres
O que faz de uma mulher uma grande mulher? Essa pergunta me ocorreu quando, esses dias, deparei-me com uma lista de mulheres que marcaram a história da humanidade.
Os critérios me pareceram nebulosos. Por exemplo, havia duas soberanas egípcias, Hatshepsut e Cleópatra. Certo, a primeira fez um bom governo, e a segunda inspirou livros e filmes sem conta, além de ter um nariz interessante, mas e daí?
Nariz faz história? E Margaret Thatcher, por que mesmo está na lista? Porque é a Dama de Ferro? Certo, o minério está em alta, mas convenhamos, quem gostaria de casar com uma Dama de Ferro? Só o Homem de Aço, e olhe lá.
Eu começaria nos templos bíblicos, mas começaria com Ruth e Naomi. As duas provaram que sogra e nora podem, sim, ser amigas e companheiras. Como diz Naomi a Ruth: “Onde tu fores eu irei, onde morares, morarei. Teu povo será meu povo, teu Deus será meu Deus”.
Uma coragem que terá correspondência em Maria, a Mater Dolorosa cujo sofrimento é o de todas as mães. Vindo para o Brasil não poderíamos, claro, esquecer a catarinense Anita Garibaldi, que, aos 18 anos, deixou o marido para se unir ao revolucionário Giuseppe Garibaldi, a quem acompanhou em toda a sua trajetória revolucionária.
Eu também mencionaria a baiana Ana Nery, pioneira da enfermagem brasileira; o seu trabalho na guerra do Paraguai foi muito semelhante ao da inglesa Florence Nightingale, a “dama da lâmpada”, junto às tropas inglesas na guerra da Crimeia. Florence é considerada a fundadora da enfermagem. E já que estamos na área da saúde, vamos acrescentar à nossa lista a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes, a primeira médica a se formar numa faculdade brasileira.
Passando para as artes, podemos evocar a francesa Sarah Bernhardt, protagonista de grandes cenas teatrais e de paixões tumultuadas, uma mulher que viveu intensamente tanto no palco como fora dele. E agora duas militantes: a alemã Olga Benário, que veio para o Brasil com Luís Carlos Prestes, de quem se tornou companheira e com quem teve uma filha; deportada pelo Estado Novo para a Alemanha nazista, veio a morrer num campo de concentração.
E – uma precursora do Obama – Rosa Parks, que, na época da discriminação contra os negros nos Estados Unidos, ficou famosa por se recusar, em um ônibus, a dar seu lugar para um passageiro branco, um incidente que teve muita repercussão na luta pelos direitos civis.
Citei 10 mulheres. É um número redondo, perfeito para uma lista. Mas há mais uma pessoa, a décima-primeira mulher. Só que não sei o nome dela; perdeu-se em minha memória. Era uma mulher ainda jovem, pobre, humilde, que vinha ao posto de saúde onde eu trabalhava, na Lomba do Pinheiro.
Ela morava longe dali, muito longe, vários quilômetros. Mas fazia esse trajeto a pé, carregando o filho nos braços. Era algo que me impressionava e me comovia, a coragem e o estoicismo daquela moça. Pessoas como ela fazem a gente acreditar no Brasil e na humanidade. Mesmo que não figurem em lista alguma.
DO LEITOR
Muitos leitores manifestaram-se sobre a crônica Carro Abandonado, do último domingo. Diz Rubem Prux: Na rua La Salle, em Esteio, há muito tempo tem um velho Fiat 147 com seu proprietário dentro. Faça sol ou chuva, dia ou noite, lá estão eles. O homem já está com barba branca e longa. O Fiat não anda mais. Quem está abandonado? Boa e triste pergunta, Rubem.
*** O Orion Gonçalves traz um comentário mais pitoresco: Em Toronto, Canadá, vi um carro abandonado que virou floreira, inclusive com um aviso para não ser guinchado. A Viviane acha um desperdício abandonar carros: Se não desse para arrumar, deixaria em um museu.
*** E um comentário que me deu muita satisfação: João Gilberto Noll, grande escritor gaúcho, leu meu texto sobre carnaval e literatura e gostou. Bom lembrar que Noll é autor de dois notáveis romances em que o Carnaval aparece, A Fúria do Corpo e Rastros do Verão.
O também grande escritor gaúcho Antônio Carlos Rezende comenta meu texto sobre Simone Weil, da qual é fã e a quem dedicou seu belo romance Pedro e Lia.
*** E falando em escritores, o grande Luiz Antonio de Assis Brasil, com quem estive recentemente em Portugal, viu, na cidade do Porto, o anúncio de um nome que condiciona destino: trata-se de um advogado chamado Cassiano Consciência.
Melhor impossível. O médico radiologista José Alfredo Chahér de Oliveira manda o nome de uma nutricionista: Cristina Rizzotto. Realmente nutritivo, José Alfredo. O Roges Malgarin envia três nomes, o do Dr. Carlos Alberto Direito, ministro do STF, Arthur Casas, arquiteto, e Primo Abitante: Falta o H, mas ele é dono de imobiliária. O jornalista Olides Canton lembra que o zelador da ARI se chama Adolar, nome ideal para quem vai cuidar de um lar (ou de uma associação).
*** Registro ainda as mensagens dos professores Semiramis e Mario Tanhauser, do professor Homero Dewes, do Pedro Antonio Roso, do Dr. Douglas de Morais Garcez (todos sobre Darwin), de Mauro Duarte, de Lilian Pinto (transcrevendo um belo texto sobre saudade, no qual uma criança gravemente doente diz ao médico:
Saudade é o amor que fica), de Edison Silva dos Santos, da Ana Maria Rossi (que todo mundo conhece por seus trabalhos sobre estresse), do José Carvalho, do Marco Jesus, do Vitor Stepanski (comentando o filme O Leitor), do Dr. Renato Anicet, do Francesco Dal Soglio, da Marilena Goron, da Irene Martins, do professor Clovis Oliveira. A todos, obrigado.
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