sábado, 24 de abril de 2010



24 de abril de 2010 | N° 16315
PAULO SANT’ANA


Outra visão da praça

Recebo e dou trânsito imediato: “Prezado Paulo Sant’Ana, sempre que compro minha Zero Hora, sou tomado por uma incrível sensação, eu simplesmente não consigo me atrever a começar minha degustação diária e matutina, que, embora não tenha me dado conta, é um vício, sem antes dar uma olhada em sua coluna.

Sabe aquele ato involuntário? É simples, desço de meu ônibus na estação rodoviária, me dirijo até a banca de jornais e compro Zero Hora. Aí é que vem o mistério, instintivamente eu viro a Zero Hora e começo a ler pela sua coluna.

Sabe, cheguei a ficar incomodado com isso, mas fazer o quê? Bom, voltemos aonde eu queria realmente chegar: hoje, lendo sua coluna, chego a uma conclusão incrível: como a discussão sobre meio ambiente mexe com as pessoas.

Pablo, me desculpe a ousadia, mas é mais fácil você ter notado, pois tem a vantagem de ser mais experiente, veja com quanta paixão e com quanto empenho os defensores do meio ambiente se atiram à tarefa árdua de proteger, de conscientizar e de tentar a qualquer custo fazer valer a sua vontade e o seu pensamento.

Agora, com toda a franqueza, não sou um capitalista que acha a proteção ao meio ambiente um absurdo e que tudo que visa ao progresso e com isso ganho, lucro, tem mais valor, de jeito nenhum, tenho a mais completa noção da necessidade de um ecossistema bem equilibrado.

Agora, Pablo, veja comigo os últimos acontecimentos. A prefeitura resolve restaurar uma praça, no centro da cidade, uma praça onde temos diversas pessoas exercendo suas atividades, artesãos, engraxates, entre outros, acredito que para estas pessoas também haverá melhorias em seus trabalhos, pois com a revitalização vamos poder passar pela praça para ir ao banheiro, para olhar seus monumentos, para sentar e conversar em bancos aconchegantes e ambiente bem iluminado, com asseio ao nível de nossa cidade e de nossa população.

Ao invés disso, os defensores do meio ambiente saem em desesperada corrida antirreforma, pois acabará com as árvores e, com isso, estamos dando um péssimo exemplo a futuras gerações. Pois bem, caro Pablo, CANSEI. Sabe quando um contribuinte cansa? Pois é, enchi o ... de tanta hipocrisia. Vamos começar pela praça.

Até agora, deixar a praça ser dominada por drogados, prostitutas e por delinquentes não incomodava ninguém, aí não tem problema. Deixar a praça ser um esgoto a céu aberto não tem problema nenhum, pois isto não incomoda. Agora, bastou ameaçar retirar um galho de uma árvore qualquer, que o batalhão Meio Ambiente Já sai em disparada. Às vezes, me causa uma tremenda indignação.

Eu acompanhei de perto o projeto Portal do Estaleiro, e aí é que me refiro. Até o mato crescer e a ferrugem tomar conta do prédio do Estaleiro Só, ninguém estava preocupado.

Anunciou-se que havia a possibilidade de que fossem construídos edifícios e, com isso, mudarmos uma paisagem que era, na minha opinião, uma das mais feias da orla, tá feita a destruição do planeta, a aniquilação da cidade e nunca mais iríamos tirar fotos do Guaíba.


Me causa um tanto de espanto essas atitudes, pois as pessoas acham que ninguém nota, sabe por quê? O Greenpeace não existia antes, quando eles queimaram a Europa inteira e metade da Ásia, mais a América do Norte.

Sabe, isso me deixa completamente frustrado, pois não temos consciência do colonialismo, isto para mim é a mais completa prova de que ainda somos colônia, pois o pensamento ‘mundial’ é o que importa e não o bem da nossa nação.

Sabe há quantos anos passeio pela praça em questão? Há mais de 20 anos. Duvido, veja bem, duvido de alguém que goste daquela praça do jeito em que se encontra. Imagina se por acaso alguma dessas árvores que já estão quase que no final de suas vidas caísse em cima de uma pessoa, aí não iriam faltar críticas aos governantes.

Por favor vamos ter coerência e parar com os ecochatos. Desculpe o incômodo. (as.) Marco Antônio Pereira Cardoso, corretor de seguros. marco@multiplanos.com.br

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