terça-feira, 29 de janeiro de 2008



29 de janeiro de 2008
N° 15494 - Paulo Sant'ana


O retrato de Jesus

Eu me emocionei quando li, por gentileza do leitor Jair Wingert, de Campo Bom, repercutindo aquela coluna que fiz sobre a frase desesperada de Jesus antes de morrer.

É o mais abrangente escrito que já me passou pelos olhos sobre a figura de Jesus e explica muito, profunda e comovedoramente, o significado e a importância para a humanidade da passagem do mais ilustre homem sobre a Terra.

Não vou furtar meus leitores deste documento de impacto, que está arquivado e exposto em Jerusalém, cuja cópia me veio ontem às mãos. Faço-o até para deixá-lo registrado nos arquivos de Zero Hora como o mais fiel perfil de Jesus, superior até à imagem que se retira dos textos bíblicos.

É o mais impressionante depoimento que li sobre Jesus Cristo, eis que o retrata física e espiritualmente e foi prestado por um romano que servia o imperador na Judéia, portanto uma testemunha ocular da presença de Jesus naquelas paragens, homem que assistiu a muitos comícios do Nazareno e que mandou a seguinte carta ao imperador Tibério César, antes, é claro, da morte de Jesus:

"Sabendo que desejais conhecer quanto vou narrar-vos, escrevo-vos esta carta. Nestes tempos apareceu na Judéia um homem de virtudes singulares, que se chama Jesus e que pelo povo é chamado de O Grande Profeta.

Seus discípulos dizem ser ele o Filho de Deus. Em verdade, ó César, cada dia dele se contam raros prodígios: ressuscita os mortos, cura todas as enfermidades e tem assombrado Jerusalém com sua extraordinária doutrina.

É de estatura elevada e nobre, e há tanta majestade em seu rosto que aqueles que o vêem são levados a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos cor de amêndoa madura, separados ao meio, os quais descem ondulados sobre os ombros, ao estilo dos nazarenos.

Tem fronte larga e aspecto sereno. Sua pele é límpida e corada: o nariz e a boca são de admirável simetria. A barba é espessa e tem a mesma cor dos cabelos. Suas mãos são finas e longas e seus braços de uma graça harmoniosa.

Seus olhos são plácidos e brilhantes, e o que surpreende é que resplandem no seu rosto como raios do sol, de modo que ninguém pode olhar fixo o seu semblante, pois quando refulge, faz temer, e quando ameniza, faz chorar".

Prossegue o relato estupendo: "É alegre e grave ao mesmo tempo. É sóbrio e comedido em seus discursos. Condenando e repreendendo, é terrível; instruindo e exortando, sua palavra é doce e acariciadora. Ninguém o tem visto rir.

Muitos, porém, o têm visto chorar. Anda com os pés descalços e com a cabeça descoberta. Há quem o despreze vendo-o à distância, mas estando em sua presença não há quem não estremeça com profundo respeito.

Dizem que este Jesus nunca fez mal a ninguém, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm andado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde.

Afirma-se que um homem como esse nunca foi visto por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, nunca se viram tão sábios conselhos e tão belas doutrinas.

Há todavia os que o acusam de ser contra a lei de Vossa Majestade, porquanto afirma que reis e escravos são iguais perante Deus. Vale, da Majestade Vossa, fidelíssimo e obrigadíssimo. (ass.) Públio Lêntulo, Presidente da Judéia".

(Crônica publicada em 26/02/97)

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