07 DE DEZEMBRO DE 2023
INFORME ESPECIAL
Adoção e paternidade sem preconceitos Foco no restauro da fachada interna
A restauração das fachadas da Fundação O Pão dos Pobres, em Porto Alegre, entra em nova etapa nesta semana. Depois da conclusão da área frontal, será recuperada a parte interna (foto) do prédio histórico, tombado desde 2004.
A edificação foi projetada em 1925 pelo arquiteto alemão Joseph Franz Seraph Lutzenberger (pai do ambientalista José Lutzenberger), para o acolhimento de meninos carentes. Hoje, a entidade filantrópica atende 1,4 mil crianças e adolescentes.
O plano de restauro, assinado pelo escritório Studio1 Arquitetura, com gestão da Cult Assessoria e Projetos Culturais, recebeu autorização da Lei de Incentivo à Cultura do Estado (LIC) para a captação de R$ 1,14 milhão. Três empresas (MA Produtos Hospitalares, Sulgás e Vitlog Transportes) já aportaram R$600 mil. Falta o resto. Mais informações pelo telefone (51) 99236-6951.
Era uma vez um bebê que não tinha ninguém, ganhou dois pais e se tornou um exemplo de adoção consciente e de paternidade sem preconceitos. Foram cinco anos na fila, até que essa história - ainda incomum, mas não por muito tempo - tivesse um final feliz.
Casados desde 2016, Maicon Bock e Lucas Schmitt viveram uma longa e ansiosa gestação. Foram acolhidos no Judiciário gaúcho, cumpriram todos os ritos legais e, em agosto de 2023 (na semana do Dia dos Pais), finalmente realizaram o sonho.
Na semana passada, deram o último e definitivo passo no processo: puderam retirar no cartório a certidão de (re)nascimento do filho.
No documento, lê-se agora o nome de Nolan Schmitt Bock, com os dados dos pais e dos avós. Hoje, o menino tem um ano e quatro meses, é amado e acolhido pelos familiares e amigos dos pais e exibe olhinhos vivos e brilhantes.
Mas por que, afinal, estou contando tudo isso? Por uma única razão: falar de um gesto de amor sem barreiras e incentivar a adoção.
Maicon e Lucas mantêm, desde outubro, um perfil no Instagram chamado @projetonolan. Ali, eles contam sua trajetória e mostram que são uma família comum, "nem melhor, nem pior" do que outras, como diz Maicon.
- Temos amor, acolhimento, respeito, problemas e desafios como em qualquer lar - resume o pai coruja.
Dias atrás, os dois levaram Nolan ao pediatra. Maicon entrou com ele no consultório e Lucas ficou na sala de espera, porque tinha ido estacionar o carro. Uma menina puxou assunto com Lucas, que contou estar esperando o filho. Quando Maicon saiu com o garoto no colo, ela perguntou quem era. Lucas explicou:
- Pai também. Ele tem dois. A menina, então, respondeu:
- Diferente! Deve ser legal! Eu não sei como é. Só tenho um pai e uma mãe!
Foi natural, espontâneo, sem nenhum pré-julgamento, como deveria ser sempre.
Nolan saberá que foi adotado por um casal homoafetivo e que isso nunca foi um problema. Como já escreveu minha amiga Rosane de Oliveira, não há atitude maior de generosidade do que assumir uma criança e dar a ela um futuro, ainda mais, quando sabemos que há tantos pequenos à espera de cuidado e afeto. O amor supera tudo, inclusive a intolerância.
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