quinta-feira, 19 de janeiro de 2023


19 DE JANEIRO DE 2023
INFORME ESPECIAL

O "dream team" de Eduardo Leite

Demorou, mas o primeiro escalão do governo de Eduardo Leite está fechado, com nomes escolhidos a dedo em áreas consideradas estratégicas pelo governador, que mira longe.

Decidido a fazer de seu segundo mandato uma vitrine da direita democrática no Brasil, Leite reuniu o que interlocutores classificam como um "dream team técnico". Com currículos extensos, perfis fiscalistas e boa reputação no mercado, eles serão o núcleo duro da gestão.

Na lista, estão os secretários da Fazenda, Pricilla Santana, de Parcerias, Pedro Capeluppi, e de Planejamento, Danielle Calazans, última a juntar à turma. São três servidores federais experientes. Todos ocuparam cargos de chefia sob o comando do ex-ministro Paulo Guedes.

Pricilla foi subsecretária de Relações Financeiras, Capeluppi liderou a pasta de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, e Danielle foi secretária de Gestão Corporativa e atuou na direção da Caixa Econômica Federal.

Com a mudança de governo, o trio recebeu um caminhão de propostas de trabalho tanto no setor público quanto no privado. Acabou prevalecendo a opção mais improvável: o RS.

Escalado para ajudar na costura, o economista Aod Cunha tem convicção de que isso só foi possível graças à projeção de Leite no cenário nacional e ao trabalho realizado no Estado, que até então amargava sério desequilíbrio financeiro.

Mas não foi só isso. Leite é visto como um quadro promissor, de estilo moderado e bem articulado, capaz de atrair o eleitorado de direita que votou em Jair Bolsonaro, mas que não é extremista - e que não gostou nada do que viu nos últimos suspiros da gestão passada.

Esse espólio mais ao centro, associado sem ressalvas aos aloprados bolsonaristas que destruíram Brasília, ainda não tem dono e não é pequeno.

Leite sabe disso.

JULIANA BUBLITZ

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