Decepção e frustração
O senador Lasier Martins (Podemos), que está se despedindo após oito anos de mandato no Congresso, não mede os sentimentos ao falar da sensação ao final da jornada: decepção e frustração.
Lasier diz que resolveu deixar o jornalismo porque somente indo para o outro lado do balcão, a política, ele poderia mudar as coisas. Um mandato depois, lamenta não ter conseguido aprovar projetos de lei que define como "moralizadores". Cita propostas para reduzir o orçamento do Senado, controlar, regrar e dar transparência ao uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por autoridades, restaurar a execução da prisão após condenação em segunda instância e mudar o sistema de indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal, retirando a exclusividade do presidente da República.
- Eu poderia enumerar duas dezenas de projetos, nada disso passa. São instituições viciadas em mordomias e privilégios. A gente sofre muitas decepções - diz o parlamentar, que disputou eleição a deputado federal em 2022, mas ficou de fora ao alcançar 26,6 mil votos.
Lasier manteve conexão com a pauta do lavajatismo quando ela perdeu fôlego, após o impeachment de Dilma Rousseff. Seguiu tocando a tecla, sem conseguir construir maiorias, enquanto os temas emergentes tornaram-se fome, miséria e emprego.
Aos 80 anos, diz que irá aproveitar o mês de fevereiro, já findado o mandato, para refletir sobre o futuro. Ele afirma que poderá voltar à advocacia, à comunicação e à política.
- Trabalho desde os 14 anos e não fico parado. Não descarto a política, mas preciso refletir - afirma, em entrevista concedida desde sua casa, em Porto Alegre.
Mudança à vista
O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT) diz que não há mais clima para Giovani Cherini (PL) continuar na coordenação da bancada gaúcha na Câmara.
Pompeo diz que Cherini se apropria discursivamente das emendas de bancada, afirmando no Interior que são atos dele. O pedetista avisa que puxará racha se não houver mudança.
Há oito anos na coordenação, Cherini afirma que foi reeleito por unanimidade, é o mais longevo na função no Brasil e que tudo sempre foi dividido. Ele relata que Carlos Gomes (Republicanos), vice-líder há oito anos, deverá concorrer ao posto.
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