Largada para a esquerda em 2024
A reunião entre Edegar Pretto (PT), Pedro Ruas e Roberto Robaina, ambos do PSOL, projetando a manutenção da aliança da esquerda para a eleição à prefeitura de Porto Alegre, em 2024, deflagrou debate nas redes sociais entre militantes do espectro político sobre o significado do movimento.
O PCdoB, legenda que é pequena, mas tem representatividade na Capital, foi excluído da articulação feita em um café da Cidade Baixa, na segunda-feira. Nos bastidores, a leitura é de que o movimento de PT e PSOL busca sedimentar desde já que esses dois partidos estarão representados na chapa, possivelmente com Ruas de candidato a prefeito e uma mulher do PT de vice.
A consequência é que Manuela d?Ávila seria escanteada desde logo, e o PCdoB, que integra federação com o PT, seria carregado a reboque para a aliança, sem muita chance a esperneio.
Nem sequer a direção do PCdoB sabe se Manuela deseja concorrer novamente a qualquer cargo, mas o capital político dela, que recebeu 45,37% dos votos válidos na disputa pela prefeitura em 2020, representa por si só um obstáculo a ser superado por outros pretendentes do campo político. O que Manuela tem demonstrado desde a eleição de 2022 é que não está disposta a entrar em bola dividida.
Por outro lado, a reunião entre Edegar, Ruas e Robaina supostamente mostrou uma face de cúpulas partidárias encaminhando a tomada de decisões quando ainda faltam quase dois anos para a eleição. Foi esse ponto que Manuela tentou explorar em texto publicado ontem em rede social, sinalizando que a esquerda tradicional e partidária não será suficiente para vencer, e que é preciso envolver na construção os movimentos da sociedade civil, os jovens negros e da causa LGBT+ que emergiram das urnas nos últimos anos com importantes votações para a Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa e Câmara Federal.
O deputado estadual eleito Matheus Gomes (PSOL), mais votado à Assembleia entre os eleitores de Porto Alegre em 2022, concordou com Manuela ao comentar na postagem dela: "A renovação da esquerda e suas lideranças já está ocorrendo e pode ser um impulso que faltava para a vitória que desejamos construir".
No caso do PSOL, a avaliação de quem ficou contrariado é que a reunião representou a exclusão de lideranças jovens e um movimento da cúpula partidária, controlada pelo Movimento da Esquerda Socialista (MES), corrente que tem Robaina como principal estrategista.
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