quinta-feira, 5 de janeiro de 2023


Já são 4,5 mil caminhões com detritos

O desassoreamento do Arroio Dilúvio se concentra neste momento em frente ao Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. Desde que o trabalho de dragagem recomeçou, no dia 28 de março de 2022, mais de 55 mil metros cúbicos de detritos foram retirados das águas do córrego que nasce em Viamão, na Região Metropolitana, e segue o curso pela Avenida Ipiranga até desembocar no Guaíba.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Alexandre Garcia, estima que as ações seguirão por cerca de 30 dias no trecho situado entre as avenidas João Pessoa e Azenha.

- Este é um dos piores trechos - afirma Garcia. Três escavadeiras hidráulicas executam o trabalho no local. Duas operam com o braço estendido para recolherem nas conchas o material retirado do arroio. Em seguida, o lodo é depositado em montes. Os detritos precisam ficar alguns dias secando antes de serem levados.

Uma terceira escavadeira transfere o material para caçambas de caminhões. Foram cerca de 4,5 mil cargas cheias até agora. Os veículos conduzem os detritos para um aterro no bairro Lami, na Zona Sul. O que pode ser reciclado é encaminhado para outros locais.

- Só do Arroio Dilúvio, calculamos retirar até 200 mil metros cúbicos de material. Estimamos que entre 120 mil e 150 mil metros cúbicos estejam concentrados na foz - explica o diretor-geral.

Entre os dejetos recolhidos do Dilúvio, estão cerca de 800 pneus, garrafas de plástico, brinquedos, grandes quantidades de roupas, panos e colchões. Mas até um carrinho de supermercado e uma bicicleta de aluguel já emergiram das profundezas durante a limpeza.

- Já passamos dos 3 mil pneus recolhidos das águas, se somados os demais lugares de desassoreamento na cidade - revelou Garcia.

Segundo o diretor-geral do Dmae, os maiores pontos de concentração de resíduos no Dilúvio se situam onde há pequenas curvas no curso d?água ou em locais com obstáculos, como na Rua Doutor Salvador França.

Impacto

O último desassoreamento no Dilúvio havia sido executado entre 2018 e 2019. No fim de 2020, o contrato com a empresa FF Maraskin, responsável pelo trabalho, foi encerrado de forma unilateral pela prefeitura, que alegou má prestação do serviço. Atualmente, o consórcio Suldrag é o responsável pela operação.

- Nunca foi feita uma limpeza desse porte no Arroio Dilúvio nos tempos modernos - conclui Garcia, comemorando que não houve transbordamento em 2022, exatamente em razão da dragagem.

Por enquanto, os trabalhos seguem em frente ao Hospital Ernesto Dornelles. A ausência da chuva e o número reduzido de pessoas na cidade, em decorrência das férias de verão, contribuem para o bom andamento das atividades.

Daqui um mês, a ideia da prefeitura é executar a dragagem na foz do Dilúvio.

Em outros pontos da Capital em que ocorrem trabalhos de desassoreamento, os resíduos retirados já atingem 180 mil metros cúbicos. A dragagem envolve locais como os arroios Cascata, Mato Grande, Moinho, Taquara e Mem de Sá, além de reservatórios para armazenamento temporário de água da chuva, casas de bombas, entre outros.

ANDRÉ MALINOSKI 

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