Aneel autoriza implementação de PCH e de parques eólicos no RS
Usinas que aproveitarão ventos da região de Pinheiro Machado preveem instalação de 26 aerogeradores
CHIP SOMODEVILLA/GETTY IMAGES/AFP/JC - Jefferson Klein
Dois projetos gaúchos de energias renováveis tiveram suas implantações autorizadas nesta terça-feira (24) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Somados, o empreendimento eólico da ECB – Pedras Altas Energia Eólica, a ser desenvolvido no município de Pinheiro Machado, e a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Vale do Leite, da cooperativa Certel, que será construída no rio Forqueta, entre Pouso Novo e Coqueiro Baixo, representarão um aporte de cerca de R$ 760 milhões.
No caso da iniciativa em Pinheiro Machado, são quatro parques eólicos (Candiotinha, Invernada da Pedra Grande, São João Batista e Serra do Veleda) que compõe o complexo que soma 117,6 MW de capacidade instalada (o que corresponde a cerca de 3% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). No total, serão instalados 26 aerogeradores com a iniciativa.
O sócio da ECB - Pedras Altas Energia Eólica Ricardo Pigatto destaca que atualmente, com a conclusão de uma série de obras de linhas de transmissão no Estado, que inicialmente eram de responsabilidade da Eletrosul, mas que a companhia não conseguiu efetivar e que tiveram que ser relicitadas, é que os parques terão condição de escoar sua geração e sair do papel. Ele acrescenta que os empreendimentos já contam com o licenciamento ambiental prévio e estão avançando para obter a licença de instalação.
Pigatto adianta que a perspectiva é que o início da construção das estruturas ocorra ainda neste ano e com a operação começando dentro de até 48 meses. O investimento em todo o complexo é estimado em torno de R$ 700 milhões. A comercialização da geração dessas usinas deverá acontecer no ambiente do mercado livre (formado por grandes consumidores que podem escolher de quem vão comprar a energia). Sobre a escolha por Pinheiro Machado para erguer os parques, o sócio da ECB - Pedras Altas Energia Eólica ressalta a vocação energética daquela região. “É a melhor área do Rio Grande do Sul em termos de vento”, afirma Pigatto.
Pequena Central Hidrelétrica Vale do Leite será construída no rio Forqueta
CERTEL/DIVULGAÇÃO/JC
Já a PCH Vale do Leite, da Certel, terá uma capacidade instalada de 6,4 MW. O presidente da cooperativa, Erineo José Hennemann, comenta que o aporte na usina é estimado atualmente em algo entre R$ 60 milhões e R$ 65 milhões. Ele frisa que agora, com a outorga conquistada, a cooperativa busca obter a licença ambiental de instalação da estrutura. “Quando a Aneel libera (a outorga), está tudo bem encaminhado e é uma questão de pouco tempo para sair a licença de instalação”, argumenta o dirigente.
Segundo ele, já foram adquiridos equipamentos como geradores, turbinas, painéis de controle e se tudo transcorrer dentro do previsto as obras civis da usina devem iniciar neste primeiro semestre. O tempo de conclusão dos trabalhos é previsto em 18 a 20 meses. A Certel pretende colocar a PCH para concorrer em leilões ainda neste ano para comercializar sua energia no sistema elétrico interligado nacional.
Tanto para a PCH como para os parques eólicos, a Aneel decidiu estabelecer uma redução de 50% a ser aplicada nas Tarifas de Uso dos Sistemas Elétrico de Transmissão e de Distribuição (TUST e TUSD), que são encargos do setor elétrico. O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, ressalta que o desconto é um fator que reforça a perspectiva que esses empreendimentos serão bem-sucedidos. “Isso favorece a competitividade dos projetos, é um diferencial”, enfatiza o dirigente.
Sari reforça que é importante que o Estado volte a apresentar empreendimentos que signifiquem o aumento da capacidade instalada de geração de energia e de investimentos locais. De acordo com projeções da Aneel, apenas duas usinas gaúchas, as PCHs Cachoeira Cinco Veados e Chimarrão, que somam 12,44 MW de potência, deverão entrar em operação comercial em 2023. O integrante do Sindienergia-RS salienta que o Rio Grande do Sul possui um enorme potencial energético com diversas fontes de energia, entre as quais a eólica e a hídrica.
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