quinta-feira, 19 de janeiro de 2023



19 DE JANEIRO DE 2023
+ ECONOMIA

Una Casa di Pasto

é o valor do investimento no primeiro projeto de produção de hidrogênio verde em escala industrial no Brasil. A iniciativa do grupo químico nacional Unigel será erguida em Camaçari (BA) em três etapas. Uma unidade de US$ 120 milhões deve ser inaugurada no final do ano. O grupo estuda parcerias e oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) para bancar as próximas etapas.

O roteiro turístico Caminho de Pedra, em Bento Gonçalves, ganha hoje mais uma atração. A vinícola que é líder em vendas de espumantes no Brasil abrirá as portas da Casa di Pasto Família Salton, que vai unir gastronomia, turismo, lazer e história.

O projeto é inspirado nas origens da família, a cidade Cison di Valmarino, no Vêneto. "Casa di Pasto" designava um local onde viajantes paravam para fazer refeições e descansar. Foi com esse tipo de negócio que a família Salton iniciou sua trajetória quando chegou ao Brasil, em 1878. Uma cave subterrânea permite uma imersão na história e nos produtos da Salton. Além de rooftop, mezanino, loja e bar na área interna, o jardim tem mesas, espaço kids e área para pets. Vai funcionar de quinta a domingo, das 11h às 19h.

O menu inclui bruschetas, sanduíches medialunas, pizzas especiais, tábuas de frios e burrata (tipo de queijo cremoso e suave), que podem ser harmonizadas com vinhos e espumantes das marcas Salton e Domenico.

Americanas nas mãos dos mais ricos

O futuro da Americanas está nas mãos de três bilionários, os mais ricos do Brasil. Na negociação com os credores, tudo indica que "apenas" R$ 4 bilhões impedem uma solução que evite o risco de quebra da companhia. O universo em que esse valor pode ser acompanhado da expressão "apenas" é o de Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telleso (nessa ordem na foto acima), os sócios da 3G Capital. Juntos, têm patrimônio estimado em R$ 140 bilhões.

Os tais R$ 4 bilhões que faltam é a diferença, até agora, da injeção que o trio estaria disposto a fazer nas Americanas para evitar a recuperação judicial - R$ 6 bilhões - e o mínimo que os bancos credores exigem - R$ 10 bilhões. Seria o ponto de partida para uma capitalização de emergência da empresa, que incluiria a conversão em ações de parte da dívida estimada em R$ 40 bilhões.

Além de muito dinheiro, os 3G têm grande fama. E de bons gestores, capazes de comprar negócios cambaleantes e colocá-los para correr - atrás de mais, é claro. Desde 2021, o 3G não é mais controlador das Americanas: uma reestruturação societária fez a participação diminuir de 53,3% para 29,2%. Mesmo assim, os sócios seguem com a maior fatia, por isso são apontados como "acionistas de referência".

A essa altura, os três acumulam perdas nas fortunas pessoais com o derretimento da varejista brasileira na bolsa. Na véspera do fato relevante que detonou a crise, seu valor de mercado (cotação multiplicada pelo número de ações) era de R$ 10,8 bilhões. Ontem, depois de muito sobe e desce dos papéis, estava em R$ 1,6 bilhão.

Os sócios podem perder ainda mais se não elevarem a aposta. Fontes de mercado que já fizeram negócios com o 3G avaliam que o estilo do trio, conhecido como "austero", ou seja, focado na redução de gastos, também pode ser considerado "duro". Isso significa que não têm qualquer relação afetiva com as empresas das quais participam. No caso da Americana, tendem a fazer o que custar menos, ainda que seja deixar a rede de varejo quebrar.

O que poderia mudar a perspectiva do trio, porém, é a forte repercussão do caso, especialmente fora do Brasil. Ainda sem confirmação, há expectativa de que diferentes escritórios entrem com ações coletivas na Justiça dos Estados Unidos contra a Americanas, que negocia ADRs (papéis que correspondem a ações, chamados American Depositary Receipts) na bolsa de Nova York. Nesse cenário, se o que precisarem resgatar for a reputação global, pode ser que aceitem pagar um pouco mais caro.

O que é a 3G Capital

É uma empresa de investimento no modelo private equity, ou seja, compra fatias de negócios para permanecer como acionista por prazo longo. Além das Americanas, um dos primeiros negócios dos fundadores, controla operações de alcance global, como indústria de bebidas multinacional AB-Inbev - que inclui a nacional Ambev -, e as empresas de alimentos Kraft-Heinz e Burger King.

MARTA SFREDO

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