sexta-feira, 1 de novembro de 2019



Os fundamentos do capitalismo

Os fundamentos do capitalismo, por A. Smith, é um dos clássicos da filosofia política contemporânea

Num momento em que o mundo e seus países seguem com suas divisões internas e externas, com conflitos, má distribuição de renda, ondas imigratórias, problemas de ecologia e tanta coisa mais, sempre é importante ler os clássicos, buscar as origens e essências de pensadores que influenciaram a história da humanidade.

Os fundamentos do capitalismo - O essencial de Adam Smith (Faro Editorial e Fraser Institute, 128 páginas, tradução de Matheus Pacini), obra de James R. Otteson, especialista em Adam Smith, professor de Economia e diretor-executivo do Eudaimonia Instituto na Wake Forest University na Carolina do Corte, apresenta uma síntese do pensamento de Adam Smith ( 1723-1790), considerado como o pai da Economia e o fundador do que hoje conhecemos como capitalismo. O livro de Smith, Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, de 1776, é citado como a origem tanto da economia como do capitalismo e segue considerado como um dos mais importantes do último milênio.

O propósito do livro de Otteson é apresentar o próprio Smith, lendo o próprio Smith e fornecendo aos leitores uma introdução aos aspectos mais relevantes de sua obra. Smith nasceu na Escócia e foi figura central no célebre movimento conhecido como Iluminismo Escocês, que incluiu inovações revolucionárias em diversas áreas como medicina, geologia, química, filosofia e economia.

Enfim, mesmo para discordar do mais importante teórico do liberalismo econômico, é fundamental conhecer a grandeza de Smith e a amplitude de seu pensamento e refletir sobre a mão invisível da economia, o papel do governo, a divisão do trabalho, intervenções governamentais em assuntos econômicos e outros temas de relevo internacional. James Otteson escreveu que se a leitura de seu livro levar o leitor a se interessar por ler Smith, já terá atingido seu objetivo principal.

"Ao perseguir seu próprio interesse (o indivíduo) frequentemente promove o da sociedade de forma mais eficaz do que quando ele realmente pretende promovê-lo. Nunca conheci nada bem feito por aqueles que enfrentaram o comércio pelo bem público", escreveu Adam Smith.
Jayme Copstein, um coração imenso

Amanhã é Dia de Finados. As pessoas só se vão realmente depois que ninguém mais lembra delas. Todos nós lembramos e vamos lembrar muito e com grande carinho do querido Jayme Copstein, falecido em 13.01.2017, que foi pai, esposo, amigo e jornalista exemplar. Tive o prazer de conviver com ele durante as últimas quatro décadas. Concordo com o Glademir Menezes, operador de áudio que tantas vezes trabalhou com Jayme na madrugada: "O Jayme era um coração imenso".

Jayme Copstein ao quadrado (BesouroBox, 200 páginas) do consagrado jornalista e escritor Léo Gerchmann, apresenta uma biografia ancorada na trajetória profissional de Jayme, mostrando-o por inteiro, com toda sua simpatia, generosidade e profissionalismo. Jayme Copstein personificou o que tínhamos de melhor, tanto nos planos pessoal, familiar, social e no jornalismo, onde foi dos profissionais mais éticos e competentes que já tivemos. Quem não tem saudade dele com o Gaúcha na Madrugada, pioneiro em abrir o microfone para as angústias dos ouvintes?

Desde os inícios em Rio Grande, onde nasceu em 1928 e onde a professora Célia marcou sua vida, elogiando suas redações, passando pela Porto Alegre de 1945, onde veio buscar novos horizontes, até os últimos textos e passagens pelo rádio, redações de jornais e pela TV, numa vida longa e profícua que foi até os 89 anos, a narrativa de Guerchmann retrata o ser humano, a família, o trabalho e o legado de um homem sempre disposto a aprender mais, sempre sabendo que até o momento final a vida deve ser aproveitada.

Léo Gerchmann é autor dos livros Coligay - Tricolor de todas as cores; Somos azuis, pretos e brancos; Viagem à alma tricolor em 7 epopeias; Meu pequeno imortal; e Reconquista. Esteve nas redações de Placar, Folha de São Paulo e até recentemente era repórter especial do jornal Zero Hora, onde trabalhou durante 13 anos.

Na apresentação, a escritora e jornalista Cíntia Moscovich escreveu: "Este livro foi escrito com o coração na ponta dos dedos, porque é assim que se escreve a vida de um mensch, que é a palavra ídiche que designa uma pessoa que é de fina integridade e honra, ou seja, alguém que é a essência e dá sentido à humanidade individual e inteira.... Jayme era uma das pessoas mais suaves, doces, amorosas e, sobretudo, mais inteligente e justas que o mundo já viu".

No prefácio, Lucy Copstein, uma das três filhas de Jayme, escreveu: "Início de 2017. Daqui para a eternidade, a descendência de Jayme e Maria viverá com a memória inspiradora dessas duas pessoas tão especiais. Também quem os conheceu ou teve sua vida por eles transformada, e as gerações seguintes. Eu, que por sorte tenho traços de ambos em meu rosto, quando a saudade aperta muito vou ao espelho para reencontrá-los".

Jayme escreveu roteiros de radionovela e radioteatro e seu humanismo e sua ousadia levaram a Rádio Gaúcha a um merecido prêmio internacional. Textos inéditos de Jayme estão nas páginas finais do livro, que merece ser saudado com alegria, aquela alegria com que ele generosamente nos presenteou.

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