sexta-feira, 20 de outubro de 2017


20 DE OUTUBRO DE 2017
SEGURANÇA

Em cinco anos, 45 mil mulheres pediram ajuda da Brigada Militar

PATRULHA MARIA DA PENHA tem média de 9 mil vítimas de violência doméstica cadastradas por ano

Preparada para auxiliar e dar segurança a mulheres vítimas de violência doméstica e com medidas protetivas de urgência, a Patrulha Maria da Penha completou, ontem, cinco anos de funcionamento no Estado. Nesse período, 45 mil vítimas se cadastraram no programa da Brigada Militar - média de nove mil por ano.

Um exemplo de quem buscou ajuda e foi atendida está em Santo Ângelo, no Noroeste. Atormentados, uma mãe e seu filho adolescente passaram meses sem conseguir dormir tranquilos. As ameaças de morte vindas do ex-companheiro dela e pai do menino ecoavam na casa a cada noite, os abrigando, por autoproteção, a revezarem o sono. O fato, que aconteceu este ano, ficou na memória da soldado Caroline do Carmo Franco, destacada pela BM para atuar na Patrulha na cidade. Ela viu o agressor ser preso e a paz retornar à família.

- A gente sente o pedido de socorro nos olhos de algumas mulheres, e é bom poder ajudá-las - resumiu a policial.

Dados da editoria de segurança dos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho mostram que, ao menos em Porto Alegre e Região Metropolitana, nestes cinco anos do serviço de proteção oferecidos pela polícia militar, houve redução nos feminicídios. Em 2016, a queda é de 56% em relação ao ano anterior, caindo de 25 para 11 casos (leia quadro ao lado).

- Credito esta redução a uma rede voltada à proteção das mulheres da qual a nossa Patrulha faz parte - disse a coordenadora-geral da Patrulha, capitã Clarisse Heck, durante evento de comemoração dos cinco anos da criação do projeto, ontem, em Porto Alegre.

Ainda conforme o levantamento da editoria, quando levado em conta o assassinato de mulheres, sem fazer o recorte por feminicídio, houve aumento. Os 128 casos de 2016 representam elevação de 9% em relação a 2015 e de 22% na comparação com 2012. Entram nessa estatística crimes motivados tanto pelo gênero, como pela guerra do tráfico.

Cerca de cem policiais, espalhados por 27 municípios gaúchos, visitam periodicamente mulheres com protetivas de urgência e oferecendo apoio psicológico às famílias.

- Antes, não havia presença física do Estado na casa da vítima. Isso tem trazido avanço significativo, inclusive de forma preventiva, diminuindo índices de feminicídio e ajudando no empoderamento das mulheres - complementou Clarisse, ao lembrar que a iniciativa serviu de referência e modelo a PMs de oito Estados.

* Colaborou Cris Lopes - marcelo.kervalt@zerohora.com.br

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