terça-feira, 21 de fevereiro de 2017



21 de fevereiro de 2017 | N° 18774
ACIDENTE

Polícia vai apurar negligência em afogamentos na Região Central

SEM SALVA-VIDAS, quatro morreram em cascata dentro de propriedade privada em Silveira Martins

A Polícia Civil de Silveira Martins, na região central do Estado, vai apurar possível negligência que teria contribuído para as mortes de quatro pessoas por afogamento na tarde de domingo, em uma propriedade no interior do município. As vítimas tomavam banho na Cascata do Mezzomo, na localidade de Val Feltrina, quando o nível da água se elevou após o aguaceiro que atingiu a região no fim da tarde. Não havia salva-vidas no local que cobra ingresso dos banhistas.

– Vamos apurar se as providências de segurança para os frequentadores estavam sendo tomadas ou não. Não havendo negligência nisso, o responsável pode responder por homicídio culposo (em vez de doloso, com intenção) – afirmou à RBS TV o delegado André Diefembach, que vai assumir o caso.

Luciana Aguirre Trindade, 37 anos, os irmãos Karina Trindade Noronha, 19 anos, e Vinícius Trindade Monteiro, 11 anos, e Roberta Vanessa Ortiz Martim, 35 anos, cunhada de Karina, foram sepultados no final da tarde de ontem.Os corpos de Roberta, Luciana e Vinícius foram localizados ainda no domingo pelo bombeiros de Santa Maria – que fica a uma hora de distância. O corpo de Karina foi encontrado apenas na manhã de ontem, cerca de cinco quilômetros adiante do local onde os frequentadores se banhavam. Segundo a Polícia Civil de Silveira Martins, familiares de Karina confirmaram que ela estava grávida.

A perícia ainda não foi concluída mas, segundo informações preliminares, as vítimas apresentavam hematomas. A força da correnteza teria as jogado contra as pedras na cascata, avalia o inspetor Dionatan Ricardo Nuh:

– O local onde eles tomavam banho é raso, a água costuma bater na cintura, mas com a chuva o nível aumentou e a correnteza ficou mais forte. Populares que presenciaram a tragédia disseram que as vítimas foram advertidas sobre o perigo da chuva, mas preferiram ficar um pouco mais e foram surpreendidas.

SEGURANÇAS TERIAM ADVERTIDO FREQUENTADORES SOBRE A CHUVA

Os investigadores pretendem ouvir hoje os donos da propriedade e fazer reconhecimento no local. Também à RBS TV, a responsável pela área, Renata Vicentini, admitiu que cobra ingresso e que o local não tem salva-vidas, mas disse que seguranças advertiram os banhistas sobre o risco do aguaceiro:

– A gente tem um rapaz que fica lá em cima e que, quando começou a chuva, avisou o pessoal para descer porque começou a ficar perigoso. Mas teve pessoas que acharam que era chuva de verão e ia passar logo e disseram: “não, a gente vai ficar mais um pouquinho”.

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