terça-feira, 14 de fevereiro de 2017



14 de fevereiro de 2017 | N° 18768
ARTIGO | LUCIANO PINTO*

UMA NOVA CONSCIÊNCIA


É no município que tudo acontece. É onde nascemos, crescemos, vivemos. É, também, onde surge a riqueza gerada em nosso país. Por tal importância, as cidades devem ser protagonistas no debate sobre o futuro do Brasil, rumo à nação que sonhamos. Afinal, muitos serão os desafios até a retomada do desenvolvimento.

Para alcançarmos esse novo Brasil, há uma série de mudanças que precisam ser feitas. Gostaria de elencar cinco delas, que considero fundamentais. Primeiro, a superação das ideologias. Perdemos muito quando bandeiras e partidos se tornam mais importantes do que o bem comum. Precisamos nos unir em torno dos interesses da coletividade.

Temos, ainda, de rediscutir o tamanho do Estado, dimensionando-o ao suficiente para financiar prioridades como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Para tanto, devemos ter a coragem de reduzir cargos e secretarias. Precisamos, também, promover um ambiente empreendedor, abolindo os entraves que comprometem a geração de emprego e renda.

Outra mudança necessária para a consolidação desse modelo de Estado é a eficiência. Planejamento, gestão e metas de trabalho são ferramentas que teriam evitado problemas criados em décadas passadas. Por fim, a reforma do pacto federativo. É urgente descentralizarmos os recursos que hoje se concentram em Brasília, para trazer mais justiça na divisão de tributos. A cada R$ 100 pagos em impostos, apenas R$ 18 ficam nos municípios.

Não são soluções fáceis. Mas precisamos encarar esses debates, que estarão em pauta no Seminário dos Novos Gestores, promovido pela Famurs. Oportunidade para que prefeitos, vices e secretários reflitam sobre questões essenciais como o cenário econômico, o desequilíbrio fiscal e a relação com os órgãos de controle.

Nossa intenção é de que os gestores iniciem bem seus mandatos, em sintonia com o que anseia a população. Ou seja: um Estado que funcione, atendendo às necessidades e investindo bem o dinheiro público. O que está em jogo não é um projeto político, mas o nosso futuro. Uma nova consciência que deve partir de nossos municípios para a construção de um novo Brasil.

*Presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)

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