quarta-feira, 7 de maio de 2025



07 de Maio de 2025
ENTRE 193 TERRITÓRIOS

ENTRE 193 TERRITÓRIOS

Brasil sobe cinco posições no ranking global de desenvolvimento humano da ONU Entre 193 territórios

País atingiu 84ª posição e está no grupo com índice considerado alto, atrás de Chile, Argentina e Uruguai. Levantamento mostra avanço global após pandemia, mas ritmo de progresso é o mais lento da série histórica, segundo o PNUD. Islândia está no topo; Sudão do Sul, na lanterna

O Brasil subiu da 89ª posição para a 84ª no ranking global do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que conta com 193 nações e foi divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O indicador compila dados sobre expectativa de vida, saúde, educação, entre outros, de cada país.

A nota do Brasil foi de 0,786. A escala vai de 0 a 1 e valores de 0,700 a 0,799 são considerados "altos". A elevação do Brasil no ranking está ligada ao aumento da renda nacional bruta per capita e ao crescimento da expectativa de vida após os impactos da pandemia de covid-19.

Em comparação com a América Latina, o Brasil está atrás do Chile (0,855), da Argentina (0,849) e do Uruguai (0,809), mas supera o Paraguai (0,728), a Bolívia (0,693) e a Venezuela (0,691).

Segundo o PNUD, os países são divididos em quatro grupos, de acordo com o IDH. Aqueles com pontuação a partir de 0,800 são considerados de muito alto desenvolvimento humano. Setenta e quatro países estão nessa situação. O Chile é o país na melhor posição entre as nações da América Latina e Caribe (45ª posição, com 0,878).

Pontuação

Além do Brasil, outros 49 países são considerados de desenvolvimento alto (com pontuação de 0,700 a 0,799). As nações de desenvolvimento médio (de 0,550 a 0,699) somam 43, enquanto as que têm desenvolvimento baixo (aquém de 0,550) são 26.

A Islândia ultrapassou a Suíça e a Noruega e agora é o país com maior IDH do mundo (0,972). As seis primeiras colocações, aliás, são de países europeus (Dinamarca, Alemanha e Suécia, além dos três mencionados).

Já o Sudão do Sul, nação mais jovem do mundo, criada em 2011, tem o pior indicador (0,388). As nove últimas posições são ocupadas por países africanos.

Avaliação

O IDH médio mundial chegou a 0,756 em 2023, um aumento de 0,53% em relação ao ano passado (0,752). Segundo o coordenador do relatório, Pedro Conceição, esse é o maior patamar de desenvolvimento humano desde o início do levantamento.

- Mas há dois aspectos preocupantes nessa conquista. Primeiro é o fato de que estamos progredindo de forma mais lenta. Na verdade, é o progresso mais lento na história, se não considerarmos o período de declínio do IDH (devido à pandemia). Se continuássemos a ter o progresso de antes de 2020, estaríamos vivendo em um índice de desenvolvimento muito alto em 2030. Mas agora (o progresso) achatou e esta marca de viver num Índice de Desenvolvimento Humano muito elevado foi adiada por décadas - avalia Conceição. _

Os melhores colocados no ranking

Islândia

Noruega

Suíça

Dinamarca

Alemanha

Suécia

Austrália

Hong Kong (China)

Holanda

Bélgica

Três em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais

Três em cada dez brasileiros com idade entre 15 e 64 anos ou não sabem ler e escrever ou sabem muito pouco a ponto de não conseguir compreender pequenas frases ou identificar números de telefones ou preços. São os chamados analfabetos funcionais. Esse grupo corresponde a 29% da população, o mesmo percentual de 2018.

Os dados são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado na segunda-feira, e acendem um alerta sobre a necessidade e importância de políticas públicas voltadas para reduzir essa desigualdade entre a população.

Entre os jovens, o analfabetismo funcional aumentou. Enquanto, em 2018, 14% dos jovens de 15 a 29 anos estavam na condição de analfabetos funcionais, em 2024, esse índice subiu para 16%.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, o aumento pode ter ocorrido por causa da pandemia, período em que as escolas fecharam e muitos jovens ficaram sem aulas.

Teste

O indicador classifica as pessoas conforme o nível de alfabetismo com base em teste aplicado a uma amostra representativa da população. Seguindo a classificação, a maior parcela da população, 36%, está no nível elementar, o que significa que compreende textos de extensão média. Outras 35% estão no patamar do alfabetismo consolidado, mas só 10% estão no topo, no nível proficiente.

Limitação grave

Segundo o coordenador da área de educação de jovens e adultos da Ação Educativa, uma das organizações responsáveis pelo indicador, Roberto Catelli, não dominar leitura e escrita é "uma limitação muito grave":

- Um resultado melhor só pode ser alcançado com políticas públicas significativas no campo da educação e não só da educação, também na redução das desigualdades.

O Inaf voltou a ser realizado após seis anos de interrupção. Esta edição contou com a participação de 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, que realizaram os testes entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país.

A margem de erro estimada varia entre dois e três pontos percentuais, a depender da faixa etária analisada, considerando um intervalo de confiança estimado de 95%. 

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