sábado, 17 de maio de 2025



17 de Maio de 2025
INFORME ESPECIAL

Desmatamento no RS cresce, enquanto no Brasil cai

Dados divulgados nesta semana pela rede de monitoramento do MapBiomas apontam que o desmatamento recuou 32,4% no Brasil em relação a 2023 - 1,24 milhão de hectares de vegetação nativa suprimida. No Rio Grande do Sul, os dados não são os melhores: o Estado foi o segundo, em proporção, que mais aumentou o desmatamento. Enquanto o Brasil registrou a diminuição de 32,4%, o RS cresceu 70%.

Segundo o pesquisador do MapBiomas Eduardo Vélez, entre 2022 e 2023 ocorreu uma queda na perda de florestas no RS, contudo o aumento em 2024 já era esperado devido aos eventos climáticos que o Estado enfrentou:

- Houve muitos deslizamentos de encostas de morro que tinham florestas. Nós monitoramos toda a remoção de vegetação florestal, seja ela causada por um evento natural, climático ou causada por ação humana.

Mata Atlântica

O RS passou de 2.343 em 2023 para 3.998 hectares de áreas desmatadas em 2024, sendo dois terços - 2.805,8 hectares - somente em função dos eventos climáticos.

O pesquisador explica que no RS estão presentes dois biomas: do total de 3.998 hectares, 3.102 foram perdidos na Mata Atlântica, enquanto 896 no Pampa:

- O Pampa praticamente não teve efeito dos eventos climáticos na perda florestal. Foi tudo concentrado na região de Mata Atlântica. E essa área que foi suprimida por causa natural, não costumamos denominar de desmatada, porque desmatada pressupõe uma ação de origem humana. Por isso, descrevemos como uma perda de vegetação nativa por eventos climáticos.

Os principais municípios com registro de aumento de desmatamento foram Veranópolis, Cotiporã e Bento Gonçalves. Os três figuram na lista das 10 cidades que mais perderam floresta na Mata Atlântica em todo o Brasil em 2024.

Já comparando os dados do desmatamento somente no Pampa entre 2023 e 2024, houve uma redução de 42%.

Na comparação nacional entre os Estados, o RS ficou em 20º lugar, ou seja, há 19 Estados da federação que desmataram uma área maior do que a registrada para o Rio Grande do Sul. _

Embaixador do Brasil se reúne com o Papa

O papa Leão XIV realizou, na sexta-feira, sua primeira audiência com o corpo diplomático do mundo inteiro. Durante o encontro, o embaixador do Brasil no Vaticano, Everton Vieira Vargas, convidou o Pontífice para participar da COP30 - a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, em novembro.

Em entrevista à coluna, o embaixador contou que, primeiramente, o Papa o saudou em português e ambos seguiram a conversa no idioma:

- Comentei que o presidente Lula havia enviado sua saudação com desejos de muito êxito no pontificado e falei também que esperamos uma visita dele ao Brasil, preferencialmente junto com a COP30.

A coluna questionou sobre o trabalho que o Brasil pode realizar junto à Santa Sé:

- Temos um grande interesse em conversar com a Santa Sé a respeito de como estão as tratativas, ou como atuar para diminuir as guerras que estão por aí, de se buscar fórmulas para a agenda de paz. Temos também o combate à fome e à pobreza e a questão dos direitos humanos. Bilateralmente, um tema muito relevante é a celebração dos 200 anos das relações entre o Brasil e a Santa Sé, em janeiro do próximo ano. _

Família é "união entre o homem e a mulher"

Na mesma audiência com o corpo diplomático, o Papa afirmou que a família é fundada pela "união estável entre o homem e a mulher". Foi a primeira vez em que o Pontífice falou publicamente sobre questões de costumes.

- Cabe aos responsáveis governamentais esforçarem-se por construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Isto pode ser feito, principalmente, investindo na família, fundada na união estável entre o homem e a mulher, uma sociedade muito pequena, certamente, mas real e anterior a toda a sociedade civil. Além disso, ninguém pode deixar de favorecer contextos em que a dignidade de cada pessoa é protegida, especialmente a das mais frágeis e indefesas, do nascituro ao idoso, do doente ao desempregado, seja ele cidadão ou imigrante - discursou.

Palavras-chave

A fala foi feita ao elencar três palavras-chave que constituem pilares da ação missionária da Igreja e do trabalho da diplomacia da Santa Sé: paz, justiça e verdade.

Em outro trecho, ao falar sobre "verdade", disse que a Igreja não pode se furtar a dizer a verdade "sobre o homem e sobre o mundo", mesmo recorrendo a uma linguagem franca e que pode provocar alguma incompreensão inicial. _

Arcebispo de Porto Alegre discute COP30 no Vaticano

O arcebispo metropolitano de Porto Alegre, cardeal dom Jaime Spengler, também presidente do Conselho Episcopal Latino- Americano e Caribenho (Celam), reuniu-se com o papa Leão XIV para uma audiência na quinta-feira. O encontro ocorreu na biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano.

- Dois pontos foram abordados: primeiro, a maneira como estamos desenvolvendo junto ao Celam os processos indicados pelo sínodo do ano passado. Segundo, a questão da COP30 e qual seria essa posição da Santa Sé. Pensar quem são os representantes durante a COP30 - contou Spengler à coluna.

Foi apresentado ainda o trabalho que o Celam, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - da qual dom Jaime Spengler também é presidente -, e o Conselho Episcopal da Ásia e da África vêm preparando para a COP30.

Pauta ambiental

O cardeal lembrou que a Campanha da Fraternidade já tratou do tema meio ambiente e que, neste ano, completam-se 10 anos da encíclica Laudato Si?, do papa Francisco, que abordou o assunto.

Questionado pela coluna sobre os primeiros dias do pontificado e sobre o contato com o novo líder da Igreja Católica, Spengler afirmou que as conversas com Leão XIV têm sido de "simplicidade e muita proximidade". 

INFORME ESPECIAL

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