sábado, 29 de fevereiro de 2020


29 DE FEVEREIRO DE 2020
RODRIGO CONSTANTINO

Os antifascistas fascistoides

Há um grupo radical nos Estados Unidos conhecido como Antifa, que supostamente existe para combater o fascismo, como diz o nome. Recebe recursos de "progressistas" como George Soros e tratamento amigável da grande imprensa, apesar de usar métodos um tanto questionáveis, para dizer o mínimo. Seus membros colocam máscaras, agridem velhinhos na rua e incendeiam universidades para impedir palestras de conservadores.

Por trás desses atos agressivos está a crença de que seu nobre fim - impedir a vitória do fascismo na América - justifica quaisquer meios - inclusive aqueles um tanto... fascistas! Não há nada mais parecido com os camisas negras de Mussolini do que a própria Antifa, o que só chega a surpreender quem não estudou história direito, sem saber que os fascistas italianos vieram quase todos do socialismo.

A tática dos socialistas sempre foi chamar de fascista todo adversário. Foi assim que até o comunista Trotsky virou um "fascista" para os capachos de Stalin. E eis o perigo: quando você parte da premissa de que todos são "fascistas", e que impedir o fascismo é a única meta relevante, então qualquer método passa a ser tolerado. Até mesmo meter uma retroescavadeira em cima de grevistas!

Em Resistance (At All Costs), Kimberley Strassell, do WSJ, mostra como a "resistência" contra o suposto risco fascista do governo Trump virou a maior ameaça à democracia americana. O establishment lançou mão de instrumentos arbitrários que colocam em xeque as instituições, o FBI politizado rasgou suas regras, o DOJ partiu para a perseguição escancarada, e a Câmara avançou com um impeachment sem fundamento. Tudo isso com o apoio de uma mídia partidária que detesta Trump e deixou esse ódio turvar sua missão.

Bolsonaro pode ter arroubos populistas e o bolsonarismo certamente tem uma ala radical e autoritária. Mas quando Ciro Gomes, Lula e as máfias sindicais estão unidos em torno de uma só mensagem, o instinto de sobrevivência democrática fala mais alto e muitos imediatamente se colocam do lado oposto. Sentem o cheiro de oportunismo golpista no ar. São esses os heróis da resistência ao "fascismo"? Então ficamos com Bolsonaro mesmo...

RODRIGO CONSTANTINO

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