17 DE FEVEREIRO DE 2020
+ ECONOMIA
Tecnologia para crescer
Criada em Porto Alegre, a Azion desenvolve tecnologia que pretende melhorar a experiência de navegação de usuários em sites de grandes empresas. Com essa proposta, vem crescendo e ganhou corpo no Exterior.
Fundador da Azion, Rafael Umann afirma que, desde o lançamento do projeto, em 2011, o faturamento subiu de 70% a 75% ano a ano. Para 2020, a meta é seguir em nível similar de avanço. O foco da empresa é a tecnologia de edge computing (computação de borda). Em resumo, trata-se de uma ferramenta que permite processar grandes quantidades de dados e busca apresentá-los com rapidez aos usuários. A Azion tem R$ 50 milhões previstos para pesquisa e desenvolvimento em até cinco anos. Segundo Umann, a empresa presta serviços a 30 dos 50 maiores e-commerces da América Latina. Companhias do setor financeiro também aderiram ao edge computing.
Além da sede em Porto Alegre, a Azion mantém escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Palo Alto (Estados Unidos) e Hong Kong. A unidade na capital gaúcha emprega em torno de 80 pessoas.
Fôlego no topo
Embora o mercado de trabalho esteja longe de apresentar recuperação consistente, a criação de vagas para executivos de primeiro escalão fechou o ano passado com avanço no Rio Grande do Sul, aponta consultoria. Conforme estudo da Page Executive, as contratações para cargos de alta gestão no Estado tiveram crescimento de 25% no segundo semestre de 2019, ante o mesmo período anterior.
As posições mais requisitadas foram as de diretores financeiros, comerciais e diretores-presidentes. A maioria das empresas que buscaram esses executivos é formada por multinacionais dos setores automotivo, agrícola e de tecnologia. Segundo o estudo, a busca por eficiência e o leve aquecimento da economia impulsionaram o movimento.
A Page Executive integra o PageGroup. A consultoria é especializada no recrutamento de executivos.
"Ano de 2020 será mais desafiador do que 2019"
RESPOSTAS CAPITAIS | Vanessa Sulzbach Economista do DEE
Riscos no cenário externo e incertezas dentro do Brasil ameaçam o desempenho da economia gaúcha neste ano. Essa é a avaliação da economista Vanessa Sulzbach, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), órgão vinculado ao governo estadual. Na entrevista a seguir, Vanessa analisa o horizonte para os próximos meses.
Projeções indicam perda de fôlego da economia global. Como a situação pode afetar o Rio Grande do Sul?
O cenário externo já estava desfavorável no final do ano passado. Acontecimentos registrados em janeiro geram situação ainda mais adversa.
Quais?
É difícil mensurar os efeitos do coronavírus na China. O problema pode transbordar para outras economias, como a brasileira, impactando o Rio Grande do Sul, que tem comércio forte com a China. A primeira fase do acordo comercial entre americanos e chineses também saiu em janeiro. Pode afetar o Estado no setor agrícola. Além disso, a Argentina vem passando por processo complicado na economia, e o governo está tentando reestruturar a dívida. Estamos em compasso de espera. O cenário externo, que não ajudaria muito, piorou.
Como descreve o horizonte para a economia nacional ao longo deste ano?
Vimos desaceleração da indústria. Já era esperada no final de 2019, mas as taxas vieram abaixo do que era projetado. No começo de cada ano, o mercado financeiro tem expectativas mais altas para o crescimento econômico. Em 2020, prevê avanço de cerca de 2,3% no Brasil. É possível que o resultado fique abaixo. Ainda temos dificuldades para enxergar o que vai acontecer no país.
Por quê?
Mesmo com a inflação e o juro baixos, ainda precisamos retomar a confiança. Passamos pela reforma da Previdência, que ajuda a ter perspectivas melhores para as contas públicas. Mas estamos dependendo de outras reformas. Estão tomando mais tempo do que se esperava. Uma delas é a tributária. Este ano é mais curto. Com as eleições municipais, as discussões dentro do Congresso devem ser feitas ao longo do primeiro semestre. No Rio Grande do Sul, também houve estiagem no início do ano. Ainda não conseguimos mensurar os possíveis efeitos. Sabemos que teve impacto razoável sobre o milho. É possível que também tenha efeitos sobre a soja. Mesmo assim, a retomada sobra para o mercado interno. O Rio Grande do Sul depende muito do que vai acontecer com o restante do Brasil, de como serão o consumo e os investimentos no país. O ano de 2020 vai ser mais desafiador do que 2019.
Qual o cenário para a geração de empregos no Rio Grande do Sul?
O Estado tem uma das menores taxas de desemprego do país, mas o mercado de trabalho está estagnado. Segundo o Caged (pesquisa do Ministério da Economia), o RS gerou cerca de 20 mil vagas (com carteira assinada) em 2019, praticamente o mesmo resultado de 2018. Sabemos que o mercado de trabalho é o último a responder após crises. Vale ressaltar que precisamos de retomada mais consistente da economia para percebermos melhora no emprego.
LEONARDO VIECELI - INTERINO
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