Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
03 de fevereiro de 2009
N° 15868 - MOACYR SCLIAR
As siglas são iguais. Só as siglas
Leitor chama-me atenção para o fato de PAC, letras que designam o Programa de Aceleração do Crescimento, lembrar também Proletários Armados para o Comunismo, o minúsculo e agressivo movimento do qual fez parte Cesare Battisti, pivô desta enorme polêmica que há semanas agita o país. E pergunta: será que a sigla condiciona destinos?
Não creio, leitor. O Programa de Aceleração do Crescimento é uma iniciativa nascida de um regime democrático que tem como objetivo melhorar, por via institucional, a situação dos brasileiros.
O PAC italiano visava à tomada violenta do poder, recorrendo inclusive ao crime, coisa que Battisti reconhece (mas culpando seus antigos companheiros). Há mais uma diferença. O Programa de Aceleração do Crescimento é algo conhecido, ao menos no Brasil. Mas alguém sabia desse Proletários Armados para o Comunismo?
A pergunta é importante, porque envolve uma outra, mais abrangente e mais significativa: o que foi feito, afinal, dos movimentos armados que, num passado ainda recente, davam notícias de tevê e manchetes de jornal? Alguém sabe o que era o Symbionese Liberation Army, o Exército Simbionês de Libertação, grupúsculo guerrilheiro dos Estados Unidos?
Alguém lembra os Núcleos Armados para a Autonomia Popular, as Células Comunistas Combatentes, a Fração Armada Vermelha? E, passando para a direita – sim, porque o terror e a guerrilha não eram monopólio da esquerda – alguém lembra os Contras, da Nicarágua, a Ku-Klux-Klan, ou o CCC, Comando de Caça aos Comunistas, que atuava no Brasil na época da ditadura?
Não, não creio que alguém lembre o Exército Simbionês (o obscuro termo vem, estranhamente, de simbiose e, segundo o grupo, sugeriria a convivência harmônica – é, harmônica – entre pessoas diferentes). Mas de uma coisa sabemos: estes movimentos, como o PAC de Battisti, não deram certo. É verdade que Cuba tem um governo de esquerda que chegou ao poder mediante um movimento armado.
Mas muitos outros países, inclusive e principalmente na América Latina, têm governos esquerdistas, ou que se dizem esquerdistas, que venceram pelo voto. O próprio Chávez é um exemplo eloquente: chefe de um fracassado golpe militar que o levou à prisão, acabou se elegendo em eleições normais.
De maneira geral, os movimentos guerrilheiros ou terroristas nunca conseguiram mobilizar a população. No passado, isto era atribuído a uma falta de “consciência de classe”: as “massas” não sabiam o que era bom para elas.
Mas a verdade é que o povo, mesmo errando, acaba por descobrir quem, realmente, é capaz de ajudar os desfavorecidos. E o povo também suspeita daqueles que não hesitam em roubar ou matar sob o pretexto de que os fins justificam os meios. A pergunta lógica é: quem diz que no poder essas pessoas vão mudar?
Independentemente da controvérsia gerada pelo caso Battisti, esta pergunta, e a lição nela contida, ficaram. As pessoas aprendem a separar as siglas que significam algo daquelas que ocultam maluquice e/ou safadeza. Mesmo que as siglas sejam aparentemente iguais.
Agradeço as mensagens de Mauro Duarte, Matt McCormick, Telmo Kiguel, Pedro Antonio Roso, Werner Ott, Profa. Magda Torresini, Giuliana Ferri, Antonio Guimarães, Bento de Abreu Porto. O Helder P. Mayer lembra que a Casa do Poeta Riograndense completa 45 anos em 2009 e que eventos estão sendo preparados para comemorar o aniversário.
Em relação a um texto que escrevi sobre canhotos, o Guilherme Creus diz que, ao contrário do que se pensa, Einstein era destro, e, de fato, ele aparece em fotos segurando o giz com a mão direita. Mas quem sabe ele fazia isso para disfarçar, Guilherme?
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