27 DE JUNHO DE 2018
SÉRVIA
VINHO DERRAMADO
Dica de LIVRO
My War Gone By. I Miss It So, do jornalista Anthony Loyd, correspondente de guerra britânico que cobriu o conflito nos Bálcãs. Na obra, sem tradução para o português, ele relata de forma autobiográfica seu trabalho na região e descreve, em detalhes, os sentimentos do repórter em situações extremas. Ele diz, por exemplo, que se sentia mais em casa na guerra do que em Londres, onde residia. É um livro sobre o ser humano e a violência. Em 2014, na Síria, Loyd, que cobria o conflito para o jornal The Times, foi alvejado duas vezes na perna durante um sequestro.
DICA DE FILME
Terra De Ninguém (2001), de Danis Tanovic, conta a história de dois soldados lutando em lados opostos no conflito da Bósnia, em 1993. Eles acabam ficando presos na mesma trincheira entre as duas linhas de frente dos exércitos, uma área conhecida como terra de ninguém.
A seleção da Argentina não entusiasma pelo seu futebol. Só consegue viver por sua alma castelhana. São jogadores médios: Di Maria vem sendo marcado com facilidade, Mascherano é batido facilmente e caminha, com pressa, para a condição de ex-atleta. Os vizinhos alcançaram uma classificação heroica, dramática, que serviria para Piazzolla escrever mais um tango, que parecia estar derramando o vinho nos tubos que norteiam a cidade de Mendonza. Mas o vinho não derramou, o tango não foi escrito e nem sequer o arranjo musical chegou a ser construído. O gol de Rojo no final da partida foi o lance emocionante.
Messi é uma ilha no meio de jogadores menores, que não conseguem brilhar, com um treinador desmoralizado por tudo que se ouviu falar de seus contratempos com o grupo. Eu torci para a Argentina. A presença de Messi engrandece a Copa do Mundo. A camisa da Argentina já ganhou dois campeonatos. O que vejo de dificuldade agora é o enfrentamento contra a França. Menos pelos franceses, que estão jogando pouco, mais pela própria Argentina. Os hermanos terão de jogar muito mais. Mas isso é uma história para mais adiante. Messi e Deus salvaram os argentinos.
TÉCNICA Se os jogadores da Sérvia são maiores e mais fortes, se são viris e, muitas vezes, catimbeiros e desleais, cabe aos jogadores brasileiros não entrar nesta briga e colocar a técnica em primeiríssimo plano. Eles não têm nada parecido com Neymar e Philippe Coutinho, só para lembrar das nossas duas maiores estrelas. O que me traz preocupação é que o time brasileiro ainda não encontrou o seu futebol. Aquele time que amassou muitos adversários em amistosos e jogos das Eliminatórias ainda não deu as caras. A Suíça e a Costa Rica estão no nível dos adversários que foram enfrentados pela Seleção Brasileira.
Neste raciocínio, é importante tentar saber por que Paulinho não está jogando bem. Quando joga o que pode, ele marca, arma e define. Encanta os exigentes torcedores do Barcelona, algo que não se repete nesta Copa. Outro que está abaixo é Gabriel Jesus. Acho que Firmino, logo, logo toma conta da posição. Fagner pode dar importante contribuição ofensiva. Na defesa, não dá para repetir o que aconteceu no gol da Suíça. Alisson precisa ser dono da pequena área, e os zagueiros precisam ter imposição. Aquele foi um lance isolado, mas devemos estar preparados para enfrentar um time que precisa ganhar a partida. O jogo é eliminatório. O Brasil joga por vitória ou empate. Para os sérvios, só a vitória interessa. Eles vão atacar.
QUALIDADE A Alemanha mostrou qualidade no seu segundo jogo e deixou claro que está na Copa para competir, apagando a péssima impressão que deixou na estreia, quando perdeu para o México. Não é caso isolado em Copa do Mundo um time chegar mal e se recuperar no meio da competição. Na Copa da Espanha, os italianos empataram os três jogos da fase de grupos. Depois cresceram, eliminaram o belo time brasileiro, cheio de craques, e foram campeões. Dependendo dos resultados, pode dar Brasil x Alemanha nas oitavas de final. Pode ser um temor, mas quem quer ser campeão do mundo precisa passar por obstáculos importantes.
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